domingo, 20 de janeiro de 2013

CLUBE DA JOANA OU FACÇÃO ÁULICA NO IMPÉRIO. GOVERNO PETISTA: A CASA DA MÃE JOANA



Cleópatra exerceu influência sobre dois imperadores romanos

A influência que algumas pessoas, grupos ou entidades exercem sobre aqueles que detêm o poder está fartamente documentada pela História. O imperador bizantino Justiniano I (483-565) foi grandemente influenciado por sua esposa Teodora (500-548) o convencendo a mudar a lei que proibia os homens nobres de casar com mulher de classes mais baixas, advogou os direitos de mulheres a não serem assassinadas por adultério, de serem socialmente apoiadas como também defendeu auxílio para prostitutas e mulheres abandonadas à miséria. Nem sempre as pessoas diretamente ligadas aos poderosos possuem intenções tão nobres. Algumas mulheres exerceram uma influência benéfica aos poderosos a que estavam ligadas outras nem tanto. Cleópatra (69 a.C-30 a.C) é um bom exemplo de influência. Enviou cunhadores de moedas de Alexandria para melhorarem a cunhagem romana, especialistas em finanças para organizarem o programa tributário de Júlio César (100 a.C.-44 a.C.). Seus astrônomos reformaram o calendário romano, criando o calendário no qual se baseia o nosso atual sistema. Com Marco Antonio (83 a.C.- 30 a.C.) obteve um acordo no qual as vastas áreas que pertenciam aos faraós durante 1.400 anos retornassem ao controle do Egito deixando de ser possessões romanas. Não são poucas, porém, as mulheres que exerceram influência sobre governantes para seu benefício pessoal, de seus amigos e parentes. Exemplo mais próximo de nós e recente é o de Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo que, segundo consta, mantinha relacionamento íntimo como o ex-presidente Lula e aproveitava-se desta relação íntima para nomear parentes e amigos para cargos na administração federal e intermediar a venda de pareceres técnicos do governo favoráveis às empresas e pessoas da iniciativa privada mediante o recebimento de propina. Portanto, fica demonstrado que sexo e poder caminham juntos ao longo da História. Para dizer a verdade a maioria das pessoas próximas aos poderosos são movidas pelo egoísmo, inveja, ira, ganância, etc. Mesmo que as relações entre pessoas ou grupos de pessoas com o(s) detentor (es) do poder se mostrem sólidas na realidade estão alicerçadas em bases muito frágeis e podem facilmente ruir porque desconhecem toda e qualquer regra legal ou moral.



Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, o Visconde de Sepetiba, 1800-1853, (sepetiba em tupi-guarani significa lugar de muito sapé, sapezal) supostamente comandou a “facção áulica” durante a Regência e no inicio do Segundo Reinado. A “facção áulica” também era chamada de Clube da Joana por realizar suas reuniões na residência de Paulo Barbosa da Silva (1774? -1868), mordomo da Casa Imperial de d. Pedro II, que ficava nas proximidades do rio Joana na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro. Pode-se considerar que esta facção tenha surgido efetivamente no momento da abdicação de d. Pedro I (1798-1834) em 1831 e se consolidado como força política a partir de 1834. O termo áulico tem origem na Corte do rei James I (1566-1625), da Inglaterra, e era utilizado para referir-se aos palacianos. No Brasil, à época do período regencial, a denominação era pejorativa, posto que áulico fosse um súdito que vivia sob a proteção e patrocínio do monarca, tal qual na República. A expressão foi utilizada pela primeira vez no folheto de Firmino Rodrigues da Silva (1816-1879), em 1847, “A dissolução do Gabinete de 5 de maio ou a Facção Áulica”. Tanto na Inglaterra quanto no Brasil os palacianos poderiam residir ou não no palácio do rei. A partir de então palaciano era quem vivia na corte, áulicos eram os integrantes da “facção áulica” e nobre era todo aquele detentor de título de nobreza. Mas, convenhamos que ser nobre no Brasil não exigia mais do que alguns contos de réis. D. João VI (1767-1826) de 1808 a 1821 concedeu mais títulos de nobreza do que em todos os trezentos anos anteriores da história da monarquia portuguesa (28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 21 barões). D. Pedro I concedeu uma média de 16 títulos por ano e d. Pedro II (1825-1891), em seus quarenta e nove anos de governo, vinte e cinco. Era, pois, um negócio muito lucrativo. O alvará de 02 de abril de 1860 estabelecia os seguintes valores para a concessão de títulos de nobreza: 750$000 para barão, 1:025$000 para visconde, 1:575$00 para conde, 2:020$000 para marquês e 2:450$000 para duque. Além disso, era preciso pagar mais 366$000 para o registro e 170$000 para a confecção e aquisição do brasão. Negócio parecido nos dias de hoje são as universidades outorgarem título de “doutor honoris causa” a qualquer pessoa que detém o poder, mesmo que não sejam honrados ou letrados e mesmo sem terem contribuído para as artes, ciências, filosofia, letras ou causas humanitárias.Para este tipo de comércio ainda não foi estabelecida uma tabela de preços oficial, pois trata-se de negócio não reconhecido pelo Estado. Exemplo gritante é do ex-presidente Lula que não precisou frequentar uma única aula para obter tal título por cinco universidades federais do Rio de Janeiro e outras no exterior. Avelino Rui Oliveira Taveiros, engenheiro Industrial Metalúrgico formado na Décima Terceira Turma da Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda, da UFF (Universidade Federal Fluminense), devolveu seu diploma de doutor honoris causa à instituição de ensino como protesto pela sua outorga “a um indivíduo que ao longo de toda a sua vida pública tem demonstrado reiteradamente profundo desprezo pela educação formal”. Certamente existem muitos interesses das universidades e de seus dirigentes a serem atendidos por essas outorgas.



 
Todos os áulicos da facção eram palacianos, mas nem todos eram nobres. De uma maneira geral eram tidos como pessoas ambiciosas, aduladoras e interesseiras que se valiam da proximidade do imperador para obter vantagens, pessoais ou para seu grupo. Os palacianos eram os intermediários entre o rei e as pessoas que desejassem algum cargo ou função na administração, exatamente como na República. Esta classe de pessoas se mantém ativa e espalhadas por todo o planeta em qualquer regime político. Tanto naquela época como hoje muitos desprezam e hostilizam estas pessoas ou grupos reportando-os como parasitas, sanguessugas e mercenários e não deixam de ter razão. A “facção áulica” de Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho exerceu grande influência no jogo político daquela época e no imaginário político do inicio do Segundo Reinado atuando nos bastidores articulando e influenciando. O jogo político de 1822 até meados de 1840 foi conduzido não pelos liberais ou conservadores e sim pelos grupos palacianos.


Companhia de Ônibus do
Rio de Janeiro fundada pelo Visconde de Sepetiba em 1838

Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho nasceu na freguesia de Itaipu, pertencente à Vila Real da Praia Grande, hoje Niterói. Estudou no seminário São José, um dos melhores do Rio de Janeiro à época e depois na Academia Militar, porém a carreira militar não o atraia. Em 1820 foi contemplado com uma bolsa por d. João VI para estudar ciências naturais em Coimbra, Portugal. Abriu mão da bolsa e estudou Direito. Em 1825 retornou ao Brasil como doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Coimbra. Trabalhou como juiz de fora e ouvidor em São João Del Rei (MG) e depois em Ouro Preto (MG), de 1826 a 1830. Foi eleito deputado do Império entre os anos de 1830 e 1833 pelo Rio de Janeiro. Presidente da província de São Paulo, onde permaneceu por três meses (nesta época esta província estava em efervescência devido ao assassinato do jornalista João Libero Badaró, 1798-1830) e retornou ao Rio de Janeiro, coadjuvando com Diogo Antonio Feijó (1784-1843) na Justiça como intendente de polícia da Corte e juiz de órfãos. Com a saída de Feijó, Aureliano assumiu a pasta do Império e depois da Justiça (nesta função regulamentou a legislação sobre a infância e sua proteção), que acumulou com o ministério dos Estrangeiros. Em 1835 deixou o ministério e tornou-se desembargador no Rio de Janeiro. Após o Golpe da Maioridade, foi novamente conduzido ao ministério dos Estrangeiros, escolhido Conselheiro de Estado e nomeado senador em 1842. Aureliano foi uma das figuras mais proeminentes da Regência e o inicio do Segundo Reinado. De acordo com Joaquim Nabuco (1849-1910) possuía qualidades raramente encontradas juntas: era um administrador, um homem de ação, um diplomata e um observador, além de possuir uma sólida cultura jurídica. O próprio imperador d. Pedro II deixou registro sobre o Visconde de Sepetiba “Dava-me com Aureliano, estimava-o pelas qualidades que possuía". O Visconde de Sepetiba teve várias iniciativas como a fundação da Companhia de Ônibus do Rio de Janeiro, fundou a Casa de Correção, o Monte Socorro e o Montepio dos Servidores, foi um dos fundadores da Caixa Econômica do Rio de Janeiro, trouxe 500 famílias alemãs para se instalar numa colônia que, mais tarde, seria denominada Petrópolis, destruiu os moedeiros falsos e os jogos ilícitos nos lupanares (termo que designava os prostíbulos na Roma Antiga. É o nome do mais famoso dos bordéis da cidade de Pompéia), providenciou a restauração da Guarda Nacional, regulamentou a navegação costeira e pluvial, elaborou projeto de irrigação de terras do Ceará com o desvio de um braço do rio São Francisco que rasgaria a Serra de Borborema, redigiu o decreto que destituiu José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) da tutoria do jovem imperador, foi o autor da proposta que concedia a maioridade a d. Pedro II aos quinze anos etc. Porém, não escapou de acusações de seus adversários de se beneficiar da compra de sorvetes por ele próprio introduzido nas recepções do ministério dos Negócios Estrangeiros e do superfaturamento na compra dos terrenos da casa de Correção no Catumbi, de ter recebido uma parelha de bestas como pagamento a um despacho. Todas as acusações foram contestadas e respondidas pelo seu irmão Saturnino de Souza e Oliveira (1803-1848). Apesar de sua influência e poder nunca se vinculou a nenhum partido político. Além de interesses políticos e econômicos, do prestígio social que tinham, os áulicos possuíam projeção política e social e faziam questão de se envolver em projetos civilizatórios e culturais participando de grêmios, instituições, associações e sociedades científicas e culturais no Brasil e no exterior. A fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro contou com a participação dos áulicos com o apoio do imperador d. Pedro II e Aureliano foi seu vice-presidente. Contudo o poder de Aureliano em intervir nos gabinetes e sua influência junto ao imperador ainda carecem de mais investigações, posto não haver deixado muitas pistas sobre sua atuação nos bastidores da Corte. De qualquer maneira é uma figura histórica que devemos reverenciar por seus méritos e grandes serviços prestados a nação brasileira. Como prováveis membros da “facção áulica” temos Saturnino de Sousa e Oliveira, irmão de Aureliano. Como tenente-coronel da Guarda Nacional em 1832 combateu os restauradores (que desejavam o retorno de d.Pedro I e, seguramente, caso obtivessem sucesso o reinado de d. Pedro II estaria comprometido). Como ministro da Fazenda interino é de sua autoria projeto para supressão de alguns impostos e amortização de parte da dívida pública fundada. Cândido José de Araújo Viana (1793-1875), Marquês de Sapucaí, muito respeitado pela retidão de seu caráter. Como ministro do Império no segundo Gabinete conservador (1841-1843) referendou a lei que dava aos senadores o solene tratamento de "Sua Excelência”, não poderia supor que tal deferência aos senadores nos dias atuais soa como deboche, escárnio, desprezo. Paulo Barbosa da Silva, mordomo da Casa Imperial, teve participação decisiva na fundação da cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro.




Agora que já falamos dos áulicos do Império ou, pelo menos, de sua figura mais emblemática vamos falar um pouco dos áulicos da República ou membros efetivos da Casa da Mãe Joana onde vale tudo. Esta a expressão se deve a Joana I (1326-1382), rainha de Nápoles e seu reinado foi marcado por conflitos com papas apoiando o antipapa Clemente VII (1342-1394). Em 1346 passou a residir em Avignon, França, e em 1347 regulamentou os bordéis da cidade e uma das normas dizia: "O lugar terá uma porta por onde todos possam entrar." Transposta para Portugal a expressão “paço da mãe joana” transformou-se em sinônimo de prostíbulo. Designação melhor para o governo petista não assentaria melhor. Mesmo considerando os governos anteriores merecedores da mesma designação. Petistas, peessebedistas, pemedebistas,"democratistas" e todos os possíveis "istas"  se enquadram perfeitamente no conceito dicionarizado: puxa-saco, baba-ovo, dedo-duro, bajulador, servil, lambe-botas, marombeiro, etc. São tantos que embaraça-nos a escolha de alguns deles, posto que nosso desejo seja contemplar a todos desnudando-os por completo e publicamente. Todo sujeito que detém o poder em qualquer espaço e temporalidade têm sua própria “facção áulica”. É incontestável que o Visconde de Sepetiba possuía atributos intelectuais, éticos e morais que são escassos no período republicano e, notadamente, nos últimos cinquenta anos. A atuação da “facção áulica” naquele período foi de fundamental importância para consolidar a jovem nação sacudida por graves revoltas, disputas políticas acirradas, desorganização do Estado, etc. Constata-se, portanto, que, apesar do apelo pejorativo que tal grupo ensejava à imprensa, aos políticos, as oligarquias, aos nobres e aos comerciantes ele contribuiu significativamente para o processo de consolidação do Estado brasileiro que foi sendo amadurecido ao longo das primeiras décadas do Segundo Reinado. Devemos ressaltar que tanto os liberais quanto os conservadores defendiam projetos políticos e econômicos que não comprometessem a manutenção da ordem, da autoridade constitucional, da unidade territorial, do escravismo, da propriedade privada, da aceitação do poder do Estado e de seus próprios interesses pessoais e partidários, é claro. Então não podemos tratar o comportamento dos áulicos de ontem e os de hoje da mesma maneira. Identificamos algumas semelhanças, mas as diferenças são abissais.




Poderia citar aqui uma extensa relação de áulicos dos sucessivos governos instalados no país nos últimos cinquenta anos. Porém, faremos um recorte temporal que abrange o período petista, instalado no poder a uma década. A história do Partido dos Trabalhadores e seu fundador, proprietário e expoente máximo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é sobejamente conhecida de todos. Portanto, vamos nos ater a alguns dos áulicos que cercaram seu governo, continuaram no de sua sucessora e prosseguem cometendo todo o tipo de ilicitude, mesmo aqueles já condenados pelo STF por conta do Mensalão. As intrigas e manobras urdidas e executadas pelo Palácio do Planalto são de uma virulência assustadora e perfeitamente de acordo com a estratégia esquerdista de manter-se no poder privilegiando interesses que não possuem um mínimo de identificação com aqueles que a sociedade aspira e carece. Os crimes cometidos pelos áulicos petistas contam com uma legislação branda, a benevolência do Judiciário, a conivência do Legislativo e uma vasta rede de cúmplices. Corroer o tecido social, promover a inversão de valores, desorientar os cidadãos, agir a favor da instalação do caos, reforçar o instituto da impunidade, baixar os padrões de julgamento são práticas mais do que óbvias da esquerda. O comportamento e as atitudes dos áulicos petistas são provas irrefutáveis da estratégia para manterem-se no poder. Há muito que a opção pela luta armada para se ocupar o poder deixou de constar na pauta da esquerda revolucionária. No Brasil o abandono desta opção pode ser constatado a partir de 1962 com a cisão do Partido Comunista Brasileiro. As armas cederam lugar aos mecanismos constitucionais para a tomada do poder como, por exemplo, eleições livres. Isto é uma estratégia mundial e histórica: apropriar-se dos valores, direitos, mecanismos e instrumentos burgueses para atacá-los, alcançar o poder e em seguida destruí-los. O único direito que admitem é o de existirem e controlarem tudo e todos sem oposição.


Tarso Genro babando o ovo de Lula
 
A “facção áulica” do governo petista está dispersa entre os mais diversos interesses pessoais, políticos, econômicos, partidários e eleitorais e todos empenhados em proteger o ex-presidente Lula, mesmo que isso resulte em perdas pessoais, políticas, econômicas, partidárias e eleitorais. Os palacianos cumprem rigorosamente sua função de tentar encobrir e defender o ex-mandatário que os tornou poderosos e ricos alçando-os a posições de mando e, mais importante, permitindo que agissem de maneira criminosa. O ex-presidente, desde os tempos de sindicato, atua como artífice e cúmplice em vários esquemas criminosos. A gratidão dos áulicos petistas chega às raias do inverossímil quando assistimos alguns deles serem condenados pela Justiça, alijados da vida pública, privados do poder e, algumas vezes, até de parte do dinheiro que subtraíram dos cofres públicos, das propinas e das comissões pelos favorecimentos concedidos e ainda assim se mantém fies e mudos. São o que se pode chamar de lacaios fies. O pacto de silencio que celebraram entre si faz parecer o juramento da máfia coisa de criança. Nem mesmo as pessoas que já formaram a cúpula do PT se atrevem a atacá-lo com a firmeza que se espera de um dissidente autêntico. Os áulicos do PT não são simples bajuladores que se aproveitam da proximidade do (a) chefe do Executivo somente para exercer influência nas questões de governo e de Estado que lhes sejam favoráveis ou aos interesses que representam. Interessam-se sobremaneira pelos ganhos financeiros, políticos e partidários que esta proximidade possa trazer. Tanto a “facção áulica” de Aureliano quanto a petista não apresentam uma hegemonia, aliás, a hegemonia em qualquer grupo de pessoas é algo desejado, porém jamais alcançado. Dentro dos grupos os embates são frequentes movendo-se entre a disputa declarada ou velada, dependendo das circunstâncias. O conflito estabelece-se em função dos privilégios distribuídos entre seus membros. Exemplo prático disso está no posicionamento de inúmeros petistas quanto aos condenados do mensalão. Uma parte sai em suas defesas acusando o STF de promover uma injustiça ao condená-los, chegando mesmo à grosseria intelectual de apontar a instalação de um tribunal político, de exceção, inquisidor, quando, na verdade, todos os crimes de que são acusados os mensaleiros estão tipificados na legislação penal. Outros se voltam contra seus antigos dirigentes e ícones, sendo que alguns foram extremamente beneficiados de uma maneira ou de outra como é o caso do atual governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro e de Olívio Dutra, áulicos petistas históricos que agora condenam aqueles que no passado eram parceiros e cúmplices. Ambos os grupos estão na verdade disputando os espaços que os mensaleiros ocupavam na organização partidária criminosa com a intenção de praticarem os mesmos delitos.




A historiografia trata a participação do Visconde de Sepetiba na “facção áulica” com cautela ao atribuir-lhe sua suposta chefia. Mas em se tratando da “facção áulica” petista ou “governo da casa da mãe Joana” pode-se afirmar com toda segurança que seu chefe foi José Dirceu com o aval do ex-presidente Lula e isto fica patente ao relembrarmos uma assertiva do então chefe da Casa Civil em 2005 de que nada fazia sem o consentimento do presidente da República. Seria impensável traçar qualquer semelhança entre José Dirceu e o Visconde de Sepetiba por motivos mais do que óbvios, a começar pela honradez deste último. Partindo do presente o passado nos oferece sólidos subsídios para concluirmos que as facções que se compõem para assumirem e se manterem no poder ou nele exercerem influência transitam muito mais pelas vias que contemplam seus interesses, seja no Império ou na República. Muitos são os elementos que compõem a “facção áulica” petista:


Rosemary, Lula e Marisa  À três?

José Genuíno, ex-presidente do PT, condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha. Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, enriquecimento ilícito e uma montanha de crimes. Gilberto Carvalho, atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República (na verdade é o espião de Lula no Palácio do Planalto), acusado pelos irmãos do prefeito Celso Daniel (1951-2002), assassinado em 2002, de arrecadar propina no ABC Paulista. Marco Aurélio Garcia, Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, quer seja, um Asponi (Assessor de P...orcaria Nenhuma), um dos organizadores e fundadores da facção criminosa Foro de São Paulo. Este “cidadão” foi flagrado fazendo um gesto obsceno da janela de seu escritório no Palácio do Planalto em 2007 celebrando a notícia que eximia o governo federal do acidente aéreo da TAM que matou 199 pessoas. Paulo Vannuchi, ex-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, esse já tentou censurar a imprensa, extinguir a propriedade privada no campo, legalizar o aborto e perseguir os crucifixos por meio de decretos. Atualmente é um dos diretores do Instituto Lula. Paulo Okamotto, ex-diretor e presidente do SEBRAE, ano passado foi acusado por Marcos Valério de ameaçá-lo de morte caso contasse o que sabe sobre o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. Atualmente também é um dos diretores do Instituto Lula. Rui Falcão, presidente do PT, convocou a militância petista para defender José Dirceu, os mensaleiros, o ex-presidente Lula e quiçá o próprio satanás. Chegou a insinuar que foi Lula quem ordenou a Dilma Rousseff que mandasse a Polícia Federal revelar o que Rosemary Nóvoa de Noronha andou fazendo, que desfaçatez! Roberto Teixeira, amigo, compadre, cúmplice e advogado de Lula. Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo e atual foragida, suposta amante de Lula, intermediava pareceres favoráveis do governo federal para quem pagasse por eles e arranjava lugares na administração federal para parentes e amigos. “Sua Excelência” a então senadora Ideli Salvati, em 2005, conseguiu aprovação da lei de sua autoria conhecida como a “Lei do Parto” que garante à gestante escolher um acompanhante na hora do parto. Pena que não foi a “Lei dos Raios que a Partam”. Bem, tem parlamentar que propõem leis das mais esdrúxulas e idiotas como o atual ministro dos Esportes Aldo Rebelo (PC do B), o comunista que é a favor do capitalismo, quando deputado federal apresentou a PL-2762/2003 instituindo o dia 31 de outubro como o Dia Nacional do Saci Pererê e a PL- 4.679/2001 que tornava obrigatória a adição de 10% de raspa de mandioca na farinha de trigo destinada a fabricação de pão Francês. Em agosto de 2009 “Sua Excelência” a “nobre” senadora pelo estado de Santa Catarina votou pelo arquivamento das ações contra o então presidente do Senado Federal José Sarney numa reunião do Conselho de Ética. Aloizio Mercadante (PT-SP), ex-ministro da Ciência e Tecnologia (sic) e atual ministro da Educação (sic-sic) em 2009 quando era líder do PT no Senado Federal anunciou sua renuncia da função em razão do partido haver decidido pelo arquivamento de representação no Conselho de Ética contra o senador José Sarney, porém numa conversa noturna ao pé do ouvido com o presidente Lula voltou atrás de sua renuncia “irrevogável”. João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual deputado federal, condenado a nove anos e quatro meses de reclusão no julgamento do mensalão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, praticados quando presidiu a Câmara dos Deputados entre os anos de 2003 a 2005. Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil, no ano passado foi condenado a 12 anos de reclusão e multa por corrupção ativa e passiva. Luiz Gushiken, ex-chefe da Secretaria de Comunicação e militante da trotskista Organização Socialista Internacionalista (OSI), em 2005 foi acusado e defende-se em processos em curso junto ao Tribunal de Contas da União e no Supremo Tribunal Federal. Foi absolvido no julgamento do mensalão por falta de provas, ora vejam! Marta Suplicy, ex-ministra do Turismo e atual ministra da Cultura (que coisa, heim!?) esta “distinta” senhora durante a crise aérea de 2007 recomendou a todos os usuários de avião: "Relaxa e goza que depois você esquece todos os transtornos!", considerando ser ela uma sexóloga o conselho faz algum sentido e o desprezo pelo povo ficou patente. Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado no julgamento do mensalão a 12 anos e sete meses por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. Freud Godoy foi assessor especial da presidência da República no governo Lula. Função que se fez merecida pelos seus vinte anos de serviços de capanga, moleque de recado e pau para toda a obra (suja) prestados ao ex-presidente. Em 2006 foi apontado como o homem que arrecadou dois milhões de reais no escândalo chamado Dossiê dos Aloprados. Sua empresa Caso Comércio e Serviço Ltda recebeu R$ 98.500,00 da agência SPM&B de Marcos Valério, o operador do mensalão condenado a 40 anos. Ricardo Berzoini, ex-ministro da Previdência Social, ex-presidente do PT e atual deputado federal, acusado de haver autorizado a compra do Dossiê dos Aloprados. Silvinho Pereira, ex-secretário geral do PT, “ganhou” um automóvel Land Rover de uma empresa fornecedora da Petrobrás por ter solicitação sua atendida. Foi denunciado no escândalo do mensalão, porém fez acordo e seu nome foi extinto do processo em troca de pena alternativa. Professor Luizinho, um dos fundadores do PT, acusado de ter recebido dinheiro do operador do mensalão Marcos Valério foi submetido à investigação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sendo absolvido o que, aliás, não surpreende o mais bocó dos brasileiros. Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal pelo PT, em 2005 teve o conteúdo de conversas telefônicas entre ele, Sérgio Gomes da Silva, conhecido pelo vulgo de Sombra e Gilberto Carvalho, secretário particular de Lula divulgado pela TV Bandeirantes. Greenhalgh, o advogado encarregado pelo PT de impedir que as investigações avançassem. As gravações pilharam o trio em tratativas destinadas a enterrar a história de vez do assassinato do prefeito Celso Daniel. Paulinho da Força, deputado federal, foi condenado em 2011 a pagar multa civil de cerca de R$ 1 milhão por improbidade administrativa na aplicação de R$ 3 milhões em recursos públicos. O dinheiro deveria ter sido usado para comprar uma fazenda no interior de São Paulo onde seriam assentadas 72 mil famílias. Acontece que as terras adquiridas valiam R$ 1,29 milhão, porém foram compradas por R$ 2,3 milhões. Erenice Guerra, ex- chefe da Casa Civil, também conhecida como “Mamãe Gansa”, pois contemplou seus filhotes com gordos e escusos negócios prevalecendo-se do cargo que ocupava. Foi acusada de cobrar 6% de propina para facilitar negócios com o governo. A relação da quadrilha é muito maior, porém os aqui descritos a representam muito bem. Não disse que a diferença era abissal? A grande diferença entre a “facção áulica” supostamente chefiada pelo Visconde de Sepetiba da “facção áulica” comprovadamente chefiada por José Dirceu é que a primeira não se compunha de bandidos e inveterados criminosos.




CELSO BOTELHO

17.01.2013