quarta-feira, 15 de maio de 2013

SUCESSÃO PRESIDENCIAL. QUEM COMANDARÁ ESTE BARCO À DERIVA?




O DILEMA DE DILMA


Por enquanto há muita confusão para a sucessão presidencial marcada para o próximo ano, salvo imprevistos (o que é pouco provável, mas jamais impossível). “O presidenta” Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado, travam uma luta visceral nos bastidores. Isso por enquanto. É mais ou menos assim: o que D. Dilma escreve não se fala e o que Lula fala não se escreve. Tanto um quanto o outro não são pessoas nas quais se possa confiar, admirar ou aplaudir. Lula declara muito vagamente que não será candidato em 2014, salvo razões de força maior. Isso quer dizer especificamente que poderá ou não ser candidato dependendo do desempenho do atual governo que, diga-se de passagem, está bem abaixo do sofrível ou de uma queda na “popularidade” da atual presidente (fica parecendo que o governo é um concurso de popularidade). Portanto, tudo está a indicar que o filho... pródigo de Garanhuns poderá disputar o Planalto. Mas “a presidento” não é que tomou gosto pelo poder! E tem se mobilizado para minar este possível e muito provável adversário. Para isso conta com o grupo petista que está no poder e que chamamos de dilmista. Sua estratégia é simples: bagunçar o coreto de Lula para estragar seu carnaval usando sua “amiga íntima” e companheira de viagens ao exterior predileta Rosemary Nóvoa, sempre na ausência de D. Marisa Letícia. Rose, ex-chefe do gabinete da presidência da República em São Paulo foi indiciada pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro deflagrada em novembro do ano passado acusada de tráfico de influência e corrupção ativa e passiva em pelo menos em sete órgãos federais. Por enquanto o ex-presidente está se fingindo de morto, certamente engendrando a maneira mais eficiente de neutralizar os ataques e até revertê-los em seu benefício. D. Dilma só poderá concorrer por outro partido caso a ele filie-se até o último dia de setembro deste ano alegando que o PT não cumpriu seu programa, coisa tão fácil de comprovar como a forma esférica de nosso planeta. Muito bem, este é o Plano “B” e para garanti-lo seu ex-marido, ex-guerrilheiro e ex-deputado federal Carlos Araújo assinou a ficha de filiação ao PDT (Partido Democrático Trabalhista) e a condição para ser admitido na agremiação partidária foi a exigência do seu presidente, o ex-ministro Carlos Lupi (“eu te amo Dilma”), demitido por irregularidades no ministério do Trabalho ainda no primeiro ano do governo Dilma, para a demissão do titular desta pasta (Brizola Neto) e a admissão de alguém por ele indicado (Manoel Dias). “O presidenta” sabe perfeitamente que num embate dentro do PT (Partido dos Trabalhadores, sic) Lula venceria facilmente e sairia humilhada. Mas talvez exista o Plano “C”. Ao invés de voltar ao PDT poderia ir para o PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, sendo a cabeça da chapa e o neto de Miguel Arraes (1916-2005) como vice-presidente. O diabo será convencê-lo a abrir mão de sua “possível” candidatura em 2014 que, caso aconteça, com toda certeza não conquistará o cargo mais elevado do país. Caso Lula seja candidato em 2014 o governador de Pernambuco irá recolher-se e apoiá-lo. Fazer o que? Prudência e caldo de galinha nunca faz mal a ninguém. Em ambos os planos o adversário seria Luiz Inácio Lula Satanás da Silva que há muitos anos não perde eleição: para presidente da República ganhou três, duas para si e uma para Dilma Rousseff. Nas últimas eleições o PT cresceu 12% com todo o escândalo do Mensalão bombando no STF (Supremo Tribunal Federal) e conseguiu eleger o lambão, incompetente e ignorante do Fernando Haddad à prefeito da terceira maior cidade do mundo. Na Constituição de Lula D. Dilma só tem direito à reeleição se ele permitir. Então no PT há uma indefinição: Lula ou Dilma? Dilma está de fato num dilema. Ficando no PT corre o risco de enfrentar uma disputa entre ela e seu criador que, inexoravelmente, perderia. Saindo do PT para o PDT de Carlos Lupi, o PSB de Eduardo Campos ou qualquer outro partido enfrentaria Lula que, salvo relâmpagos e trovoadas no decorrer do período, apresenta-se imbatível nas urnas.




Em novembro do ano passado o Tribunal Federal de Recursos da 1ª Região extinguiu o processo no qual o ex-presidente Lula e o ex-ministro da Previdência Social Amir Lando eram acusados de utilizarem a máquina pública para fazer propaganda em benefício próprio ao encaminharem cartas (10,6 milhões de cartas com um custo de R$ 9,5 milhões) aos segurados do INSS (Instituto Nacional de Previdência Social) anunciando novas condições de empréstimos consignados em 2004. O tribunal alegou que a ação foi proposta após o término do segundo mandato de Lula em 2011 pelo Ministério Público que, muito ingênuo, “não sabia” que “a denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo", segundo o despacho do TRF. Agora está às voltas com as denúncias de Marcos Valério que não só o acusa de ter conhecimento do esquema de compra de votos no Congresso Nacional e ter dado o sinal verde para sua execução como também pagou suas contas pessoais (as do Lula). Dilma, como se sabe, foi sequestradora, ladra e Deus sabe mais o que, porém afirma e reafirma ter orgulho de seu passado. Orgulho de haver militado em organizações clandestinas subversivas que apregoavam a implantação de uma ditadura nos moldes Joseph Stalin (1879-1953), Fidel Castro (1926-), Mao Tsé-Tung (1893-1976)? Orgulho de haver mantido em cativeiro (ter afufunhado) pessoas submetendo-as a tratamento desumano e cruel? Orgulho de haver participado, de uma forma ou de outra, do assalto à casa da amante do ex-governador Adhemar de Barros (1900-1969) em 1969 no Rio de Janeiro furtando algo em torno de US$ 2,5 milhões (hoje isto representa mais de US$ 20 milhões)? Orgulho de haver participado do assalto ao Banespa de onde foram roubados cerca de Cr$ 80.000,00? Orgulho por não explicar porque sua pena foi reduzida pelos militares uma vez que superdimensionam sua participação na guerrilha armada? Os militares foram com a sua cara? Era o dia de praticarem uma boa-ação? Não. Estou inclinado a crer em delação premiada. E tantas outras coisas desprezíveis. A Lei da Anistia (Lei 6.683/79) fez o favor de apagar seus crimes e de uma porrada de comunistas e toda uma corja de desqualificados. É muito comum a esquerda cometer os piores crimes e a direita, estúpida e bocó, vir atrás os apagando.


Não há nada que indique que a subversiva Dilma Rousseff foi torturada




AÉCIO NEVES. SEM PROJETO E SEM DISCURSO




No ninho dos tucanos a coisa também está complicada. Aécio Neves é candidato, porém José Serra não está nem um pouco satisfeito com isso. Provavelmente desejaria encerrar sua “carreira” política com três derrotas à presidência da Republica. José Serra não foi e jamais será presidente do Brasil. Para dizer a verdade os tucanos, caso queiram disputar com alguma chance, deverão apresentar um projeto para o país que possa desbancar o populismo, a demagogia e os “acertos”, conchavos e cambalachos de Lula ou Dilma e, para tal, falta-lhes um mínimo de competência e sobra-lhes conivência. Nos três últimos pleitos presidenciais os candidatos do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) deixaram-me constrangido e irritado diante de tanta incompetência, conivência e omissão. O PT logrou por tomar-lhes o poder, o discurso e o que lhe seria oposição (PSDB, DEM e penduricalhos) foi reduzido a meros espectadores de seus mandos e desmandos e até como assíduos colaboradores para suas lambanças. Aécio Neves terá que sair de cima do muro, bem ao estilo de seu avô, e fazer uma oposição consistente, contundente, sistemática. Caso contrário qualquer que seja o candidato do PT á presidência o vencerá sem grandes dificuldades. O Neto do Dr. Tancredo Neves (1910-1985) continua como réu na ação civil por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual. O ex-governador é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde e pelo não cumprimento do piso constitucional de financiamento do sistema público de saúde entre 2003 e 2008. Caso seja considerado culpado pelo desvio dos recursos públicos, o senador ficará inelegível e sua candidatura à presidência terá que esperar, mas como é relativamente moço isto não se constitui em problema (há pelo menos uns quinze anos é presidenciável). Em abril de 2011 Aécio Neves foi parado numa blitz da Polícia Militar na zona sul do Rio de Janeiro na Operação Lei Seca e recusou-se a fazer o teste do bafômetro apresentando sua carteira de habilitação vencida. O Artigo 277 do Código de Trânsito Brasileiro estabelece que a recusa do motorista em fazer o teste do bafômetro é uma infração gravíssima. Quanto a sua habilitação vencida alegou que “não sabia”, posto que só dirija nos fins de semana. Lula fez escola! Fico imaginando: caso Aécio fosse, assim por um desses caprichos do destino ou um descuido imperdoável de seus oponentes, eleito presidente da República a dirigia também apenas nos fins de semana? Ora, quanta desfaçatez! Como um sujeito investigado por desvio de bilhões e a com a presunção de que está acima da lei pode desejar conduzir o país?




CAMPOS & PARENTELA




Outro postulante à presidência que está em cima do muro, coisa que seu avô não fazia, é Eduardo Campos do PSB. Ao mesmo tempo em que deixa transparecer que é candidato à sucessão em oposição “ao presidenta” seu partido detém cargos na administração federal e participa das quadrilhas, digo, partidos, da base aliada ao governo. Exemplo típico do sujeito que acende uma vela para Deus e outra para o diabo na esperança de que algum deles irá socorrê-lo. O primeiro não irá a seu socorro diante da heresia e o segundo, egoísta, não admite crentes indecisos e também não socorrerá. Em 2000, quando Eduardo Campos era secretário estadual de Fazenda de Pernambuco a 7ª Vara Criminal de Recife abriu inquérito para apurar a responsabilidade do ex-governador Miguel Arraes e seu neto, Eduardo Campos, no escândalo dos precatórios. Dos R$ 480 milhões emitidos para Pernambuco, apenas R$ 234 mil destinavam-se a precatórios alimentares. A ação foi devidamente engavetada pelo procurador-geral da República Geraldo Brindeiro. Aliás, este procurador, dos 626 inquéritos criminais que recebeu, engavetou 242 e arquivou outros 217. Somente 60 denúncias foram aceitas. As acusações recaíam sobre 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e quatro sobre o próprio presidente FHC. Entre as denúncias que engavetou está a compra de votos para a aprovação do instituto da reeleição (uma excrescência) que beneficiou FHC.




Mas não devemos nos furtar a registrar aqui que o governador de Pernambuco também logrou êxito em “nomear” a senhora sua mãe (a dele) Ana Arraes para o Tribunal de Contas da União. Que beleza! Mas isso não é tudo. O plenário daquele egrégio tribunal em julho do ano passado considerou regular o contrato milionário da empresa de publicidade DNA, de Marcos Valério Fernandes de Souza, com o Banco do Brasil. Tal instrumento foi uma das bases da acusação da Procuradoria-geral da República contra o Marcos Valério. A decisão da Corte reporta-se a um contrato realizado em 2003 pela bagatela de R$ 153 milhões. No seu relatório a ministra Ana Arraes argumenta que uma lei aprovada em 2010 com novas regras para a contratação de agências de publicidade pela administração pública “esvaziava” a irregularidade apontada pelo próprio TCU anteriormente. O voto da ministra Ana Arraes e dos demais ministros contraria parecer técnico do mesmo tribunal assinado pelo procurador do Ministério Público junto ao TCU Paulo Bugarin que afirmou com toda propriedade: “... o contrato foi formalizado e executado antes da edição da nova lei, como em face da existência de expressa cláusula contratual que destinava tal verba ao Banco do Brasil.” A verba referida são as “bonificações de volume”, descontos oferecidos pelos veículos de comunicação às agências para a veiculação de anúncios. Pela lei anterior, eles deveriam ser repassados às estatais. Mas o autor da lei aprovada em 2010 foi o atual ministro da Justiça José Eduardo Cardozo que determinava que as agências pudessem ficar com o dinheiro do desconto (bonificações de volume) valendo também para contratos já encerrados e Lula sancionou tal lei alegre e serelepe que tornava legal uma ilegalidade. Marcos Valério de posse destes recursos pertencentes por direito as empresas estatais emprestava-os alegremente ao Partido dos Trabalhadores.


Eduardo Campos e sua mamãe  (a dele)
ministra Ana Arraes do TCU


Mas Eduardo Campos não se limitou em articular e descolar uma “boquinha” apenas para sua amada progenitora. O neto de Miguel Arraes articulou a nomeação de um primo da primeira-dama, Renata Campos, para o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE). É o atual presidente do TCE, Marcos Loreto, que assessorou Eduardo Campos em dois momentos: foi assessor especial no Ministério da Ciência e Tecnologia, quando Campos era ministro, e foi chefe de gabinete do governo de Pernambuco. O conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) João Campos, que já foi desembargador eleitoral no Estado, teve a nomeação articulada pelo primo Eduardo Campos. Renata Campos de Andrade Lima, cônjuge do dito cujo governador, desde 2007 é coordenadora do Programa Mãe Coruja implementado pelo estado para atender mulheres grávidas e crianças de até cinco anos. Como coordenadora D. Renata não se fez de rogada e levou sua “maninha” para auxiliá-la em tão árdua tarefa a doutora Ana Elisabeth de Andrade Lima Molina, médica de carreira da Secretaria da Saúde, promovida a diretora-geral de Gestão do Cuidado e das Políticas Estratégicas da Secretaria da Saúde e atua na coordenação do comitê executivo do programa. Ana Elisabeth, por seu turno, achou por bem em descolar uma “boquinha” para seus rebentos Rodrigo e Marcela. Rodrigo de Andrade Lima Molina ocupava, até dezembro de 2012, o cargo de gerente-geral do gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Já a maninha Marcela de Andrade Lima Molina foi nomeada gerente de assessoria técnica na Secretaria Estadual de Governo e, em março do ano passado, obteve autorização para acompanhar a mãe (Elisabeth) a Havana, Cuba, na comitiva do Programa Mãe Coruja para conhecer o paraíso dos irmãos Castro e “trocar experiências”. Mas o ex-marido de Elisabeth não foi esquecido pelo governador sempre atento as demandas da parentela. Aurélio Molina da Costa, servidor estatutário da Secretaria de Educação, foi alçado ao cargo de gerente de atividades. Não devemos deixar de creditar ao governador Eduardo Campos a nomeação de mais um de seus primos para a Procuradoria-geral do Estado Thiago Arraes Alencar Norões. O tio do governador também foi agraciado com o cargo de diretor de Administração e Finanças da Hemobrás, estatal federal de hemoderivados e sua cônjuge Carla Santos Ramos Leal está lotada na Gerência de Assessoramento Superior do gabinete do governador, fico imaginando que diabo deve ser este cargo. E o pimpolho deste casal que atende pelo nome de Arthur Leal Arraes de Alencar até o fim de 2012 trabalhava no apoio técnico operacional do Distrito de Fernando de Noronha, ninguém sabe qual a finalidade desta função, mas o garoto estava lá e recebia normalmente. Mas quem foi que disse que o governador de Pernambuco guarda algum ressentimento de seus adversários políticos? Absolutamente não. Tanto é que nomeou para secretário de Turismo Alberto Feitosa (PR) que vem a ser genro do ministro José Jorge do TCU. Eduardo Campos pode parecer um calouro, porém suas articulações, manhas e ações nada ficam a dever aos políticos veteranos.






MARINA SILVA, A ECÓLOGA DE 20 MILHÕES DE VOTOS




Marina Silva da Rede Sustentabilidade (não de televisão, mas do partido) deseja entrar na briga confiante nos 20 milhões de votos que obteve no último pleito presidencial. Deveriam ensiná-la que política é como as nuvens, mudam toda hora. Aqui mesmo em minha cidade um vereador candidatou-se a deputado estadual em 2010 e obteve nove mil votos e, contando com o ovo no rabo da galinha, em 2012 se candidatou a prefeito perdendo escandalosamente. Bem feito. Cada eleição é uma eleição. Poderão guardar semelhanças e diferenças, porém são inéditas caso a compararmos porque se realizam dentro de um determinado contexto que jamais irá se repetir. Quanto a folha corrida da ex-senadora, até este momento, não encontramos nada que a desabone e isto é um sério obstáculo as suas pretensões, posto que todos os candidatos que se apresentaram estiveram ou estão encrencados com a justiça. Não sou adivinho, porém, arriscaria dizer que D. Marina jamais será eleita presidente da República, apesar de seus méritos ou exatamente por causa deles. Em 2010 a candidatura de D. Marina forçou o segundo turno e isto desagradou deveras a Lula, Dilma, PT & Comparsas e outros elementos de má reputação. No ano passado D. Marina na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres provocou muito mal estar entre os ministros do governo Dilma ao entrar carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim e prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo. A ex-ministra é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de defesa do meio ambiente. Dilma Rousseff, presidente do próximo país a sediar o evento, não passou de mero figurante sem nenhuma fala. Na ocasião podia-se perceber nos olhos “do presidenta” um ódio visceral e uma inveja abissal. O ministro dos Esportes (sic) Aldo Rebello (PC do B), que é tão comunista quanto eu sou o imperador romano Júlio Cesar (100 a.C. – 44 a.C.). O “notável” ministro Aldo Rebello, como legislador, brindou-nos com um importante e inadiável projeto de lei que instituía o Dia do Saci Pererê para anular a prática de Halloween no Brasil, declarou: “Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?” Demonstração inequívoca de ignorância e intolerância. Caso vocês (o ministro e a quadrilha da qual faz parte) pudessem determinar quem as Casas Reais deveriam convidar (escreve-se com letras maiúsculas por não se tratar da casa da mãe Joana) certamente toda a escória esquerdista e outros maus elementos iriam ter em Londres. Mas a ignorância de Aldo Rebello é patente. Como ministro dos Esportes deveria saber que o Comitê Olímpico Internacional é formado por diversos Comitês nacionais de diversos países, inclusive do Brasil, e não tem nada a ver com os governos europeus e muito menos com as monarquias. Portanto, a Casa Real da Inglaterra não tem nada a ver com o convite, seu jumento. Os 20 milhões de votos apurados para D. Marina em 2010 não ficaram sem resposta do governo. No dia 17 de abril próximo passado a Câmara dos Deputados conseguiu aprovar projeto que dificulta a criação de novos partidos políticos. Isto atinge em cheio a Rede Sustentabilidade, agremiação que D. Marina está tentando fundar com vistas às eleições presidenciais de 2014. O autor do projeto é o ilustre desconhecido deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) que impede a transferência do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e dos recursos do famigerado Fundo Partidário relativos aos deputados que mudam de partido durante a legislatura. A base governista compareceu com 240 votos a favor, com exceção do PSB que não sabe se vai ou se fica e a pseudo-oposição emplacou 30 votos contrários. Um tal de André Figueiredo, outro ilustre deputado desconhecido pelo PDT do Ceará afirmou na maior cara de pau “Tirar parlamentares de outros partidos para receber fundo partidário e tempo de televisão, está equivocado" e com o projeto “evitam distorções e casuísmos” (tentem adivinhar o adjetivo que tenho em mente para qualificar este parlamentar que deveria estar empenhado em projetos que beneficiassem seu estado tão maltratado). Mas quando se tratou de conceder acesso ao Fundo Partidário e tempo nos veículos de comunicação para o PSD (Partido Social Democrata) de Gilberto Kassab que logo se incorporou à base aliada do governo este “notável” parlamentar e os 239 restantes, não entenderam ser um equívoco. Mas é o que estou sempre dizendo: não passa de pura estratégia da esquerda para assumir o controle pleno e total do Estado brasileiro que, por sinal, está historicamente falido. O negócio destes facínoras é o partido único e onipresente. O STF suspendeu a tramitação do projeto de lei no Senado Federal, onde o PT faz barba, cabelo e bigode. A votação fica suspensa até que o plenário do Supremo decida. Esta decisão foi tomada em liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, O Coronel do Mato Grosso. Mas até esta decisão deve ser examinada com cuidado porque em se tratando de Gilmar Mendes nunca se sabe. Não esqueçam que concedeu dois habeas-corpus ao banqueiro e corruptíssimo Daniel Dantas e o plenário confirmou a bondade por 9 votos a 1 assegurando a tão “honrado” cidadão acesso aos autos de inquérito, tornando sem efeito a ordem de prisão temporária e a ordem da prisão preventiva. A respeito da PEC 33 que limita os poderes do STF Gilmar Mendes declarou que caso aprovada seria melhor fechar o STF. Durante o regime militar (1964-1985) com ameaças e a possibilidade de cassarem ministros do STF o ministro Antonio Gonçalves de Oliveira (1910-1992) ameaçou atravessar a Praça dos Três Poderes e entregar a chave do tribunal na portaria do Palácio do Planalto. Mas já não se faz ministros como antigamente. Uma pena. D. Marina Silva está sendo covardemente boicotada pelo aparelho (ou quadrilha) petista, mas, afinal, o que pode se esperar de quadrilheiros? Apego a lei e a ordem?





GAROTINHO: TUDO POR UM REAL



Temos ainda algumas incógnitas como o ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Anthony Garotinho que, por sinal, governou igual a cara dele e ainda garantiu a eleição da esposa para o cargo para prosseguir com a lambança. Em 2002 obteve quinze milhões de votos, terceiro colocado. Será que a crença de D. Marina encontrou seguidor? Em decisão de primeira instância Garotinho foi condenado em 2010 por formação de quadrilha, pela Justiça Federal, a dois anos e meio de prisão, convertíveis em serviços à comunidade, e a suspensão de direitos políticos, junto com o ex-deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins condenado a vinte e oito anos de prisão por formação de quadrilha armada, corrupção passiva e lavagem de bens. Parece que ter ficha suja é atributo indispensável aos candidatos à presidência da República. Há quem diga que Garotinho não obteve melhor desempenho nas eleições de 2002 porque, quando governador, instituiu os restaurantes populares, ingressos no Maracanã, hotel, cinema, teatro e mais não sei o quê a R$1,00 fazendo com que a população ficasse temerosa de, caso vencesse, achar de decretar o salário-mínimo também a R$ 1,00. Quanta maldade! Anedotas à parte, o Sr. Anthony Garotinho teve desmembrado no STF o processo por corrupção eleitoral por possuir foro privilegiado (Art. 299 do Código Penal: “comete corrupção eleitoral aquele que dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”). Garotinho e outros réus foram denunciados e acusados de favorecer aprovados em concurso da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Peraltices deste tipo não são praticadas por garotinhos e sim por marmanjos cascudos.






MINISTRO JOAQUIM BARBOSA




Mas a novidade para a sucessão presidencial de 2014 por ora está por conta do presidente do STF o ministro Joaquim Barbosa. Oficialmente não admitiu nem tampouco negou. No entanto, vem agindo como se estivesse em plena campanha. Sua candidatura está na Internet, mesmo sem a sua anuência. Não fosse o escândalo do Mensalão e Joaquim Barbosa não teria conquistado a fama, o prestigio e o respeito da sociedade, notadamente aquela parte que está cansada de ver os criminosos de colarinho branco ou até sem colarinho, mas com bastante dinheiro livres, leves e soltos. Os brasileiros têm uma tara toda especial em arranjar heróis capazes de formular e executar políticas que irão sanar os graves e seculares problemas da nação. Vivem tomando porrada na cabeça e não aprendem. Em 1960 se elegeu um lunático, um desajustado, um eterno renunciante aos cargos para os quais fora eleito. Em quinze anos de vida pública Jânio Quadros (1917-1992) foi de vereador à presidente da República sem concluir nenhum dos mandatos. Em 1989 elegeram um moço que prometia caçar marajás, matar o tigre da inflação com um único tiro e dizia possuir “aquilo” roxo. Os marajás, felizes e fagueiros, continuaram a ocupar cargos públicos; quanto ao tiro na inflação sua pontaria foi desastrada e o tigre até se tornou mais robusto e de roxo “aquilo” passou à amarelo-pálido. Collor não atinou para o fato de que o Império brasileiro há muito havia caído e, portanto, o cargo de imperador não estava disponível. De uma maneira ou de outra os presidentes brasileiros, gostando ou não, tiveram que negociar, seja com os militares, com as oligarquias, com a classe média, com os trabalhadores rurais e urbanos e, principalmente, com o Congresso Nacional. Mesmo os presidente-generais do regime militar (1964-1985) sentaram-se à mesa de negociações muitas vezes e também na maioria das vezes prevaleceu o que desejavam. Isto, no entanto, era previsível, posto que detivessem o poder sobre quem poderia viver e quem deveria morrer. Em 1994 elegeram um sociólogo que, com um custo elevadíssimo para o país, engendrou um plano de estabilização e promoveu a maior queima do patrimônio público, sem antes dar uma estuprada na Constituição Federal comprando a reeleição. Em 1964 uma das acusações ao então presidente João Goulart (1919-1976) é que era um “entreguista”. Pobre Jango! Em matéria de entreguismo Collor iniciou, FHC expandiu, Lula manteve e Dilma, com o apoio “luxuoso” da presidente da Petrobrás Maria das Graças Foster, Luciano Coutinho do BNDES, Guido Mantega do ministério da Fazenda e tantos outros pulhas está continuando. Em 2002 um ex-retirante, ex-operário, ex-líder sindical, ex-deputado e excomungado foi eleito numa quarta tentativa prometendo mundos e fundos e ao cabo de oito anos seu governo é o “pole position” da corrupção ativa e passiva; evasão de divisas; lavagem de dinheiro; formação de quadrilha; tráfico de influência; improbidade administrativa; peculato, recebimento e pagamento de propinas, desperdício, desvio e malversação do dinheiro público, etc.


O padrinho Luiz Inácio comanda a reunião


Dilma não trouxe nada de novo para motivar o eleitorado, também não precisava porque já se encontrava totalmente anestesiado pelo populismo, pela demagogia e pelas bolsas da vida. Lula fabricou um poste sem luz. Com sua popularidade, carisma, bolsas disso e daquilo e tiradas idiotas elegeria até o Rui Costa Pimenta do PCO (Partido da Causa Operária) para o qual o TSE apurou 12.206 votos no pleito de 2010. Ninguém dá bola para a dívida pública interna que ronda a bagatela de R$ 2,5 trilhões cujos juros anuais estão beirando os R$ 200 bilhões. Fica provado de forma cabal que a tendência do eleitor brasileiro para tolo é histórica e sua vocação para burro de carga um dom divino. Sem desmerecer o presidente do STF é preciso que se diga que ele não inventou a roda, apenas a fez girar. Joaquim Barbosa agiu como se espera que qualquer juiz aja, quer seja, diante de provas que julgou suficientes para formar a culpa dos acusados não haveria como não condená-los. Qualquer juiz correto procederia da mesma maneira. Mas o eleitorado o enxerga como herói nacional, salvador da pátria, destemido e implacável na execução da lei para fisgar peixes grandes, inflexível quando se trata de punir criminosos com poder político e econômico: bandidos de paletó, gravata, com ou sem mandato, mas sempre com muito dinheiro. Mesmo admitindo que o presidente do STF seja tudo isto ainda não se constitui em credenciais para ocupar o maior cargo na República. Porém, raras vezes um candidato à presidência da República pode exibir credenciais minimamente satisfatórias. Após os exemplos acima, um ministro do STF ou o mais simplórios dos brasileiros não fariam diferença alguma porque o poder (e o dinheiro) transforma a melhor das intenções nas mais hediondas ações. Basta um exame superficial na galeria dos presidentes da República para constatarmos isto. Por ali já passaram marechais, generais, advogados, médico, professor, economista, estancieiro, engenheiro e operário e suas gestões oscilavam entre o ruim, o péssimo, o desastre e a catástrofe. Não evoco nem a tal da experiência anterior porque isto tem muito pouca serventia como argumento. Jânio, Sarney, Collor e Itamar tinham. FHC, Lula e Dilma não. E todos foram nefastos para o país. Pessoalmente não endosso ou refuto uma possível candidatura do ministro Joaquim Barbosa, porém alçá-lo à posição de herói salvador da pátria é de uma imbecilidade colossal. O fato de desempenhar suas funções corretamente não o qualifica para outras quaisquer. Um presidente da República precisa ter muita habilidade política para lidar com interesses tão díspares e sensíveis os quais conhecemos sobejamente. Não aquela habilidade política para fazer acordos espúrios e indecentes como normalmente assistimos. Habilidade política que tenha a capacidade conciliatória capaz de contemplar o maior número de aspirações da sociedade. Mas um candidato com este perfil ainda não se apresentou ou porque ainda não nasceu ou porque realmente jamais existiu.






CONSIDERAÇÃO FINAL





Seja qual for o quadro que se apresente para disputar o comando deste barco chamado Brasil, à deriva há cinco séculos, não existe nenhum motivo para nutrir a mais leve e tola esperança de alguma transformação das muitas que o país carece com extrema urgência. Por mais boa vontade que se tenha é difícil ver alguma luz, por mais tênue que seja, neste mar de corrupção, omissão, descaso, incompetência, conspirações, acordos espúrios, conchavos, trapaças, politicagem, conivência com o ilícito, desvio e desperdício de dinheiro público, impunidade, inércia e tantas outras práticas criminosas e desprezíveis. A sociedade tem duas opções. A primeira é lamentar e permanecer inerte e assim continuar, alegre e submissa, a ser estuprada sistematicamente. A segunda é mobilizar-se abrindo caminho com os cotovelos para ocupar todos os espaços desalojando bandidos de todas as espécies, preferencialmente debaixo de sopapos, pontapés e pescoções. Pensar que o voto resolverá alguma coisa neste sistema de representação obsoleto, injusto, elitizado e viciado é o mesmo que acreditar que a raposa, na guarda do galinheiro, não avançará sobre as galinhas.





CELSO BOTELHO

15.05.2013