terça-feira, 24 de novembro de 2009

O SOL COZINHOU OS MIOLOS DE AHMADINEJAD


Acho que deveriam avisar ao presidente Lula, O Ignorante, que o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad foi reprovado nas aulas de História com louvor, se é que recebeu alguma. Só mesmo um ignorante inveterado poderia dizer que não houve um Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo o presidente do Irã foi apenas um pretexto para criar-se o Estado de Israel, uma fraude, um mito no seu entendimento. A menos que o dito cujo tenha vivido em uma das dimensões paralelas que, segundo os entendidos, numa jamais aconteceu tal conflito, noutra Adolf Hitler (1889-1945) sequer nasceu e numa outra o Eixo venceu a pendenga e por ai a fora. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros Andrei Nesterenko declarou textualmente a cerca desta negação que “as tentativas de se negar a História, sobretudo no ano do 70º aniversário do inicio da Segunda Guerra Mundial, ofendem à memória de todas as vítimas e de todos aqueles que lutaram contra o fascismo.” E devemos lembrar que a Revolução Russa de 1917 até a desintegração da União Soviética em 1991 centenas de milhares de pessoas foram mortas pelo regime, somente no período Stalinista (1924-1953) estima-se mais de cinco milhões de prisões e mais de 500.000 mortos. Com o presidente da Autoridade Nacional da Palestina nosso presidente defendeu o direito de ir e ir dos palestinos em território israelense e o fim imediato dos assentamentos na Cisjordânia e, esta última recomendação, tem aplicado integralmente no que diz respeito à Reforma Agrária em nosso país sem, contudo, aplicá-la à “cumpanheirada” que assenta (e até cria assentamentos) para incluí-las. Mas a generosidade do nosso presidente com os palestinos vai além, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou no dia 18 deste mês a doação (isso mesmo, d-o-a-ç-ã-o) de R$ 25 milhões a Autoridade Nacional da Palestina para a reconstrução da Faixa de Gaza, mas sabe-se lá Deus (ou Alá) onde serão gastos de fato, o relator de tal generosidade foi o deputado Paulo Maluf (PP-SP), aliás, é bom que se diga que de 2001 a 2008 as doações governamentais a organismos internacionais montam qualquer coisa em torno de R$ 6 bilhões(caridade com o dinheiro do aviltado contribuinte) ,enquanto para os aposentados, os flagelados pelas enchentes e secas, as crianças no trabalho infantil, etc. e etc... Mas, e com o presidente de Israel? Bem, em sua visita duas semanas antes do presidente do Irã pediu ao presidente Lula, O Ignorante, que “acendesse uma luz no Oriente Médio”, mas vou logo avisando ao senhor Shimon Peres que se depender do ilustre filho da cidade de Garanhuns (PE) vai haver por lá um fenomenal apagão.


Entendo que a sucessão presidencial tem tirado o sono do presidente, também como uma candidata deste porte queria o quê? A unanimidade? Acorda presidente! Sugiro um café amargo, revitaliza, pelo menos é o que dizem. Em política acender uma vela para Deus e outra para o diabo é uma prática corriqueira, porém, é difícil de identificar de onde vem a luz, normalmente das profundezas do inferno. O Oriente Médio, ao contrário do PMDB, não é nem para profissionais extremamente preparados tal a complexidade milenar daquela civilização. Não quero dizer que sejam piores ou melhores digo, simplesmente, que possuem peculariedades únicas e, certamente, nem eles próprios a compreendam muito bem ou se a compreendem as ignoram por este ou aquele motivo e, de mais a mais, disponho de parcos conhecimentos sobre esta cultura e, portanto, não estou habilitado para qualquer dissertação. O que não significa que não posso dar os meus pitacos.


A indignação da comunidade judaica (e não judaica) da presença deste senhor em nosso país demonstra nosso repúdio e nossa preocupação com atitudes deste calibre. O povo judeu sofreu cruéis massacres ao longo de sua história. Foram os egípcios, os romanos, os alemães e, no mínimo, espera-se que todos os respeitem. A reeleição do presidente iraquiano encontra-se sob suspeição e a contumaz violação dos direitos humanos naquele país é notória. A intolerância iraquiana no período pré e pós Aiatola Khomeini (1900-1989) mostrou-se desumana com uma perversidade tenaz. Ou isso também não aconteceu segundo seu presidente? O tratamento recebido pelos prisioneiros de guerra no conflito Irã e Iraque que se estendeu por oito anos (1980-1988) e deixou um saldo de 300.000 mortos e milhares de pessoas com seqüelas ou isso não ocorreu? Ora, um desmentido desses equivale a dizer que há vida inteligente (ou burra) no sol. E, por falar em sol, ocorreu-me que este deve ter cozinhado os miolos do presidente iraquiano. Existe um desrespeito muito grande no Irã no que tange aos direitos das minorias. De forma que não se pode e não se deve defender um programa nuclear naquele país fantasiado de “fins pacíficos”, pois, Ahmadinejad é sistematicamente acusado de manter relações com grupos terroristas e, sabemos, que estes não possuem semelhança alguma com um grupo de escoteiros. Aplaudo a manifestação contra a vinda e estada deste senhor ao nosso país e, ao mesmo tempo, lamento profundamente que não tenhamos o mesmo espírito de coesão e contundência para nos manifestarmos contra a discriminação e o massacre das minorias indígena e negra sofrem em nosso país. O resgate social político e econômico desses povos são ignorados, negligenciados ou defendidos e propostos em discursos explicitamente demagógicos visando fins político-eleitorais.


De qualquer maneira o presidente Lula, O Ignorante, é um homem muito ocupado: quando não está a dizer bobagens mete-se a fazer besteiras como, aliás, é comum. Com tantos asseclas e baba-ovos não encontramos uma alma caridosa que lhe dê pelo menos os rudimentos de como comportar-se com a política externa? Ou mesmo instalar um “ponto” em um de seus ouvidos para ir passando a “cola”? A intromissão em assuntos internos hondurenhos foi um desastre, mas a postura do presidente como chefe de Estado com relação ao Oriente Médio é catastrófica. Esses posicionamentos do nosso presidente são, deveras, perigosos e estão propensos a estabelecerem rupturas indesejáveis


CELSO BOTELHO

24.11.2009