quinta-feira, 25 de março de 2010

GANHANDO DE NINGUÉM, MAS GANHANDO


A última pesquisa (sic) de intenção de voto para as eleições deste ano deixou a pelegada, notamente o “cumpaheiro-mor”, em polvorosa. O clima de felicidade tomou conta do PT e arrabaldes com o crescimento da candidatura de Dilma Roussef (ex-geurrilheira, ex-terrorista, ex-assaltante de banco, pseudo-doutoranda e ainda ministra da Casa Civil, mas também praticamente ex). Estão até descartando seus tradicionais cúmplices como o PMDB e outros trastes. Vale dizer que quando a dita pesquisa foi divulgada o governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP) não havia assumido oficialmente sua candidatura e, portanto, a “queridinha do presidente” estava ganhando por W.O. (Walk Over) para ficar nas metáforas futebolísticas do presidente, uma vez que as demais candidaturas estão postas pelos mais diversos interesses, mas isto não significa que os principais concorrentes não comunguem tais interesses. D. Dilma está ganhando de ninguém, pelo menos por enquanto. Mas, precisamos concordar que ganhar é sempre bom, seja em campo, no W.O. ou no tapetão. Nas eleições realizadas após 2003 o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, não obteve sucesso na empreitada de transferir votos para seus cupinchas, apaniguados, afilhados e outros parias, porém, isso não quer dizer que agora, no crepúsculo de seu “extraordinário” governo, não venha lograr sucesso. O adágio “política é igual à nuvem, muda toda hora, não dá para prever nada” atribuído a José Maria Alckmin (1901-1974) define perfeitamente a política brasileira. O fato da candidata da matilha da situação estar crescendo, menos pelas suas qualificações e mais pela persistência do presidente, não pode ser considerado algo fenomenal tendo em vista o respaldo que recebe da máquina pública federal, especialmente o financeiro e é deste que vou falar, pois, sabemos que de uma forma ou de outra estes recursos têm origem em nossos impostos, ou melhor, na extorsão promovida pelo Estado.



Ao tomar conhecimento da estrutura que está sendo montada para a campanha de tão “Dulce” figura e o numerário que será necessário para mantê-la não fiquei estupefato porque para o PT & Cia. (sem a exclusão das demais corporações partidárias ou, mais adequadamente, quadrilhas ou bandos de malfeitores)) tudo é válido para não largar o osso, isto é, o filé. Que razões podem existir para a imensa cobiça e a disputa acirrada para um cargo que não paga bem (oficialmente); exige disponibilidade de sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, 365 dias por ano; deixa o ocupante sem qualquer privacidade; lida com os mais sórdidos interesses, as pessoas mais nefastas que se pode conhecer; mente-se sobre tudo, todos e mais alguma coisa; é uma vitrine pública onde sempre se pode jogar pedra, entre tantas outras coisas? É simples: o apego pelo poder e pelo dinheiro, dos outros é claro. Caramba, e o mandato só dura quatro anos! É certo que uma vez empoleirados no poder sempre se encontra um jeito de prorrogar a jornada (FHC conseguiu comprar um segundo mandato, Lula tentou um terceiro). A parafernália petista para eleger Dilma, imposta ao partido por seu proprietário de fato, conhecida superficialmente pela maioria dos mortais pode ser classificada como espetacular e caso os detalhes pudessem nos chegar seria algo monumental tal é a diversidade dos itens oferecidos neste emporcalhado balcão de negócios (sem a exclusão dos demais). É uma afronta aos brasileiros tamanha benesses e regalias e uma demonstração cabal de que todos (sem qualquer exclusão) não passam de vigaristas, patifes e ladrões da pior espécie e isso é tão fácil de constatar como o sol que, mesmo sem brilhar encoberto pelas nuvens, sabemos que se encontra no mesmo lugar. Os que defendem, aprovam e aplaudem este governo ou são beneficiários da Bolsa-Família e congêneres, das “obras” do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento ou da Corrupção, tanto faz) e outras baboseiras político-eleitoreiras ou pertencem a alguma classe privilegiada banqueiros, empresários, políticos, a nata do Judiciário, funcionários públicos do andar de cima e afins. Bom, mas já que estamos num regime democrático (capenga, é verdade) limito-me a dizer que cada um tem o direito de defender, aprovar e aplaudir quem quiser seja os contumazes quadrilheiros petistas, peessedebistas, peemedebistas e similares, seja os eternos e perversos anjos de satanás.



Devo deixar bem claro muito antes das eleições que caso D.Dilma seja eleita isto não me assusta como, aliás, nenhum presidente jamais me assustou tivesse ou não quepe, bigode ou barba. E tenho vários motivos. Primeiro: não sou filho de pai assustado. Segundo: nunca pratiquei nenhum deslize em minha vida, quer pessoal, quer profissional (o que é uma obrigação de todos os seres humanos). Terceiro: renunciei enveredar-me na vida pública por absoluta discordância dos métodos e meios nela empregados que tornam o exercício da política uma atividade marginal, fétida e torpe. Quarto: em tempo algum e sob qualquer pretexto busquei vantagens (financeiras ou profissionais) junto a qualquer órgão governamental, partido político, entidades patronais, sindicatos, fundações, ongs, associações de moradores e o mais que se pense. Quinto: jamais assumi qualquer posição ou tomei qualquer atitude que pudesse me envergonhar perante meus familiares, meus amigos e meu país. Sexto: sobrevivi com dignidade a vinte e um anos de ditadura sem arredar um centímetro de minhas convicções, porém para provar isto certamente deveria estar desaparecido, mostrar cicatrizes ou ostentar uma ficha oriunda do aparelho repressor a exemplo de D. Dilma. Havia meios e meios para se opor a ditadura militar e pegar em armas sempre considerei uma atitude pouco inteligente, autoflageladora e suicida dada as circunstâncias da época. Sétimo: o pouco que sou e que tenho deve-se integralmente à minha capacidade de laboração vendida no mercado de trabalho, se por preço justo ou injusto isto é outra questão. Portanto, D. Dilma ou qualquer outro candidato não podem me assustar. Porém, todos eles me preocupam e deveriam preocupar a todos os brasileiros, pelo menos os decentes. Todos estão a serviço de seus interesses pessoais ou corporativos, estão empenhados em dilapidar o patrimônio publico dando prosseguimento e robustez a uma conduta de total subserviência aos caprichos de outras nações e as gigantescas corporações que abrigam, estão empenhados na expansão da fome, da miséria e do sofrimento da maioria da população como instrumento de dominação criando, mantendo e ampliando mecanismos cada vez mais eficazes para embrutecê-la e dizimá-la física e moralmente. Essas ações não são práticas exclusivas de nosso país é só examinarmos os países periféricos em todo o globo que constataremos a mesma orientação. A nova ordem mundial já chegou e está se estabelecendo com a conivência e adesão de diversos governantes que se encantam com suas promessas que, sabemos, visam somente o controle total de numerosos países minando-os e exaurindo seus recursos. Então urge que a sociedade desperte deste torpor e assuma um papel ativo na condução de seu destino. Caso opte, como tem feito até agora, em delegar poderes a sucessivos bandos de patifes para representá-la só resta dizer que sua sepultura já está cavada só restando nela se lançar. A persistir este desinteresse, essa apatia, essa ingenuidade ou, eis o pior, a cumplicidade a derrocada da nação brasileira continuará em célere progressão porque o Estado já está em frangalhos. Não será aquela maquininha de votar que mudará qualquer coisa neste país, aliás, desde que foi instituído o voto é um instrumento desmoralizado, incapaz, direcionado. Minha recomendação é que tomemos as praças, as avenidas, as ruas e façamos valer nosso desejo de viver num país que nos proporcione um mínimo indispensável de materialidade e moralidade expurgando esses notórios gatunos do poder ou estaremos fadados a confiar a chave do galinheiro às raposas? Quero crer que não.



Só para fechar tenho duas colocações para fazer. Primeira: nunca e em tempo algum acreditei em jornais e, devo dizer, bem antes do nascimento de muitos “doutores” que estão por ai ouvindo o galo cantar, mas não sabem onde e sequer o distinguem de uma maritaca. Segundo: a oposição, seja ela qual for não se faz sem um respaldo consistente, coerente, lúcido, embasada em argumentos claros, precisos e irrefutáveis. Caso contrário não é oposição é demagogia, exibicionismo, sabotagem, jogo de interesses, picaretagem, besteira e por ai a fora. Assim dito tenho a mais absoluta convicção que não me enquadro em nenhuma destas colocações porque tenho a independência necessária para expor meu pensamento sem ter que prestar obediência a nenhum patrão, chefe ou padrinho.



CELSO BOTELHO

25.03.2010