terça-feira, 24 de julho de 2012

VERBAS PARA O PAC E VOTOS PARA OS PETRALHAS




Disse antes e durante a campanha à presidência da República e o repito agora com todas as letras: entre eu e a agora “presidento” Dilma Rousseff existe um imenso abismo moral que jamais será transposto. Mas esse abismo moral não se abre unicamente em relação “ao presidenta”, mas para quase que a totalidade dos membros do Executivo, Legislativo e Judiciário, posto haver raríssimas exceções que nos impedem de generalizar. “O presidenta” resolveu dar uma ajuda para os correligionários e associados nas eleições deste ano assinando seis decretos que permitem investimentos federais vetados em período eleitoral tal qual seu criador fizera em 2008 através de Medida Provisória (que não passa de um Decreto-Lei metido à besta) que se transformou em lei. Por falar no criador fiquei extremamente curioso ao tomar conhecimento de que a revista Forbes publicou que o patrimônio do ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado, montava a bagatela de US$ 2 bilhões, pois, fazendo as contas, juntando todas as atividades que já exerceu (metalúrgico de araque, sindicalista pelego, deputado-fantasma, presidente-conivente e palestrante-de-meia-tijela) os ganhos não chegariam nem perto. Mas, voltemos à pseudo-doutoranda e duble de presidente, para justificar a imoralidade lançou mão do mesmo argumento: não prejudicar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento ou Programa de Aceleração da Corrupção, dá no mesmo) como se tal programa fosse realmente um exemplo de competência, eficiência, utilidade e honestidade.


Vamos dar um exemplo da competência e eficiência de uma destas obras que integram o tal PAC que não pode ser interrompida por conta das eleições. Um trecho de apenas 17 km da BR-070, divisa do Distrito Federal e Goiás, demoraram mais de quatro anos para serem duplicados e sabem por quê? No meio do caminho tinha uma barragem que não foi considerada quando o projeto foi elaborado e ai foi necessário elaborar-se um projeto adicional de drenagem, com quilômetros de tubulação em concreto, para evitar o escoamento da água da chuva para o lago da repressa. O que me leva a perguntar: onde foram formados os engenheiros que desconsideraram este “detalhe” em seu projeto? Pois bem, esta obra foi incluída no primeiro PAC em 2007, porém até que se fizessem todos os estudos (incluindo esquecer-se da barragem), lançar o edital de licitação, combinar as propinas e contratar a empreiteira foram gastos praticamente um ano. As obras começaram em 2008 e só foram concluídas em 2011 o que significa dizer que apenas 472 metros de rodovia foram duplicados a cada mês ou 750 metros caso consideremos as pistas laterais. Esta mesma obra logo depois de inaugurada, com a presença das autoridades civis, militares e eclesiásticas e outros desocupados, o viaduto construído em Águas Lindas de Goiás apresentou afundamento na estrutura por causa de um lençol freático, cuja existência foi ignorada por seus “projeteiros” (que teimam em dizerem-se engenheiros) e teve uma faixa interditada e foram necessários seis meses para proceder aos reparos que, diga-se, foram tão bem feitos que no início deste ano precisou passar por uma recuperação de emergência devido a fissuras e rachaduras na pista. E o festival de desperdício do dinheiro público ficou em torno de R$ 145 milhões. São para obras com históricos assim e até piores que “a presidento” justifica liberar verbas com as campanhas eleitorais nas ruas. Posso nominar aqui inúmeros casos de superfaturamento, direcionamento de licitações, cobrança de propinas e tudo quanto é bandalha praticada à luz do dia e com toda a desenvoltura própria dos canalhas empoleirados no comando desta (por enquanto) nação.



Outro exemplo de competência, eficiência, zelo, honestidade é a transposição do rio São Francisco. Orçada em R$ 6,8 bilhões a obra teve início em 2007 e, pelo andar da carruagem, terminará alguns séculos depois do Dia do Juízo Final. São máquinas retiradas ou abandonadas nos canteiros desertos, trabalhadores demitidos, mato tomando conta dos trechos abandonados, os canais sendo corroídos pela erosão, nas frentes de trabalho os galpões foram saqueados só restando suas estruturas e por ai vai. Cinco anos após o início das obras, a transposição do rio São Francisco tem apenas 36,12% de execução. Além disso, cinco dos 14 lotes tocados por empreiteiras estão paralisados. Mas o ministério da Integração Nacional (sic) afirma que a transposição só deve ser totalmente entregue no final de 2015, por R$ 8,2 bilhões. Só no governo Dilma Rousseff a obra deu um salto no custo: dos R$ 4,8 bilhões para R$ 8,2, portanto não há necessidade de ser um exímio matemático para saber que em 2015 tal obra não só terá custado os olhos da cara como também a cara toda. O lote 5, no Ceará, sequer começaram as obras, porém afiança-nos o tal ministério que os 39 km deste trecho estará pronto com a chegada de Papai Noel em 2014. A obra da transposição do São Francisco está parada em três trechos: em Salgueiro (PE), Verdejante (PE) e São José das Piranhas (PB). Os contratos originais referentes a esses trechos serão rompidos e haverá nova licitação. Também serão licitados trechos de obras "remanescentes" ao longo de quase toda a extensão do projeto. Há dois outros trechos em reforma, pois placas de concreto que haviam sido colocadas racharam, registraram fissuras, ou se deslocaram, supostamente por falhas na drenagem de canais que não suportaram chuvas fortes. Todos os demais trechos tocados pela iniciativa privada tiveram os preços aumentados em até 25%, limite fixado pela lei de licitações. O Nordeste possui cerca de 70 mil açudes nos quais são armazenados 37 bilhões de m3 de água. O problema da seca poderia ser resolvido apenas com a conclusão das mais de 23 obras de distribuição que estão paradas nos municípios contemplados pela obra de transposição a um custo muito mais barato e viável do que a transposição. No entanto, esta opção não atenderia os interesses políticos e econômicos que a transposição proporciona. Fiquemos, pois, nestes dois exemplos de patifaria.



A lei eleitoral de 1997 impede os repasses "voluntários" três meses antes da votação a fim de evitar o uso da máquina em benefício de aliados nos Estados e municípios. Exceções ocorrem quando a obra já está em andamento ou quando há situação de emergência ou calamidade pública. A mudança na classificação das despesas de "voluntárias" para "obrigatórias" também permite repasses de verbas da União mesmo que as prefeituras beneficiárias estejam inadimplentes e para não fazer casuísmo pela metade a ex-guerrilheira de meia-pataca resolveu afrouxar as restrições para que os seus inúteis ministérios firmem compromissos de gastos em período eleitoral, os tais empenhos e então? Que maravilha é viver!

Mas a caixa de maldades “do presidenta” está sempre escancarada e nunca se esvazia. A meia dúzia de decretos irão beneficiar 855 projetos e, entre eles, o do Anel Rodoviário de Belo Horizonte onde concorre à prefeitura o correligionário Patrus Ananias (e isso lá é nome de gente). Ao final do ano passado 60% das obras do PAC estavam paralisadas, atrasadas ou não iniciadas e não se viu empenho algum no primeiro semestre deste ano do governo em reverter o quadro. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes apenas 8 das 114 obras de coleta e tratamento de esgotos estavam concluída em dezembro de 2011, mesmo com mais de 50% dos recursos destinados (R$ 4,4 bilhões) convenientemente (e coniventemente) liberados. Somente agora, durante a campanha eleitoral, é que mostra preocupação? Ora, d. Dilma & Camarilha bafo de boca na ferve leite.


CELSO BOTELHO

24.07.2012















Com todo respeito... as bruxas.



Transposição do Rio São Francisco ou Transposição dos Recursos Públicos para Algibeiras Privadas



Rodovia BR-070 trecho entre o Distrito Federal e Goiás