terça-feira, 3 de julho de 2012

O MITO, O REAL E AS PATACOADAS


Monumento à pinga e a pizza


Não são somente os brasileiros que possuem a tendência de mitificar, quer pessoas ou acontecimentos, é uma faceta do ser humano, um fenômeno repetitivo e, portanto, corriqueiro. Como também não é privilegio nosso submeter o real ao mito confundindo-os deliberadamente para que atenda algumas de nossas necessidades psicológicas e interesses políticos, econômicos, sociais, culturais, religiosos, etc. No entanto, quanto a celebrar ostensivamente, intensivamente e estupidamente patacoadas a história demonstra que, se não somos insuperáveis, ocupamos lugar de destaque no panteão dos idiotas.


Partenon, monumento à cultura


O mito, substituído pelos gregos há mais de dois mil anos, pela razão não teve sua prática extinta em nenhuma civilização humana. A racionalidade, entretanto, dele não se descartou. Ao contrário, o mito está profundamente incorporado à racionalidade, ao real, voluntária ou involuntariamente. As primeiras informações que recebemos em nossas vidas são através de mitos, posto que nossa percepção não alcançaria explicações sofisticadas e inundadas de conceitos científicos, filosóficos, etc. Não podemos explicar para uma criança de quatro anos o processo de reprodução humana utilizando um tratado sexual, o mito da cegonha é bem mais acessível à sua compreensão. A dificuldade é convencer a maioria da sociedade brasileira do projeto diabólico do Partido dos Trabalhadores e seus associados, comparsas, cúmplices e outros desclassificados estão executando a quase uma década destroçando, desmantelando, arruinando e inviabilizando o país num futuro próximo.


E não é só por ai que entra a grana


Diante do real, ou o que se apresenta assim, devemos ter cautela e, de antemão, duvidarmos de sua autenticidade, seja pessoa ou acontecimento. O real, perceptível a olho nu, tende a camuflar-se, refletir apenas o que seja desejável ocultando o deplorável. Portanto, é essencial que o investiguemos além da fina camada que está exposta. Atentarmos para os ardis que costumeiramente o envolvem, algumas vezes sutis e outras não. O real, ou aquilo que se mostra como real pode ser um mito bem elaborado ou um real mistificado e é por isso que devemos esmiuçar-lhe para desvendarmos o que é uma coisa e outra. O real absoluto e irresistível em comportamentos humanos ou nos acontecimentos que produzem simplesmente não existe, dada a sua complexidade psicológica e a intrincada rede de conexões que estabeleceu ao longo de sua história. Porém, tudo o que se relaciona aos políticos brasileiros, a grande imprensa comprada, os intelectuais de meia-pataca por eles financiados, banqueiros, empresários e outras tralhas não é necessário nenhum tipo de exercício mental para descortinar os verdadeiros objetivos do que apresentam como real.


A patacoada da Independência do Brasil


No que se refere as patacoadas é a categoria mais comum e rica de exemplos históricos. Fabricam o mito e o tornam real ou, se preferirem, pega o real e o mitificam e, na maioria das vezes, de forma grosseira. A Independência do Brasil, por exemplo, é uma patacoada. Forjaram-se elementos míticos e reais e o que sobrou foi uma versão romântica e pueril de um acontecimento marcado por um longo processo envolvendo interesses, circunstâncias, personagens díspares e etc. que se entrelaçaram viabilizando o ato. O mesmo se deu com a Inconfidência Mineira, a Abolição da Escravidão, a Proclamação da República, etc. Os governos que se instalaram no país após o regime militar são solos férteis para as patacoadas (Plano Cruzado, Plano Collor, Plano Real, Escândalos, CPIs, Reformas, Bolsa-Família, Bolsa-Detenção, Bolsa-Ditadura, Comissão Nacional da Verdade, etc.). O Mensalão é o exemplo mais emblemático de patacoada. E uma patacoada extremamente danosa para a sociedade brasileira que, entorpecida ou embrutecida, reelegeram seu mentor em 2006 e sua indicada em 2010 numa demonstração inequívoca de afirmação de seu desprezo por valores éticos e morais. Os índices de popularidade de Lula ao deixar a presidência da República e de sua pupila-marionete comprovam o que acabo de dizer.


O Ignorante Desbocado, O Coronel e o Contrabandista


O ex-presidente Lula, arrivista inveterado, se constitui, por si só, numa patacoada. Mas duas de suas últimas patacoadas merecem destaque. A primeira quando se reuniu com o ministro do STF Gilmar Mendes, O Coronel, no escritório do ex-ministro e ex-presidente do STF Nelson Jobim, O Contrabandista, para chantageá-lo a fim de que o julgamento do Mensalão fosse transferido para 2013 ou para o Dia do Juízo Final ou ainda para o dia seguinte a este para não prejudicar o PT e seus associados, cúmplices, comparsas e penduricalhos. Isso é uma prova cabal e irrefutável do mau caráter do ex-presidente, mas Gilmar Mendes e Nelson Jobim também não primam pela honestidade ou comportamento ético e moral. Este encontro em si é um sintoma irretocável de quão apodrecida e fétida está a República brasileira, se é que um dia tenha cheirado bem ou menos mal. Nos três poderes estão alojadas figuras que eu não confiaria nem para abrir uma garrafa de tão nocivas e desprovidas de qualquer valor. Independência entre os três poderes da República é tão real quanto às mulas sem cabeça do nosso folclore. Dos onze analfabetos funcionais, digo, ministros do STF, o ex-presidente nomeou oito e, certamente, todos se debruçaram sobre a cartilha do Partido dos Trabalhadores (leia-se Lula) aderindo-a que, por sinal, podemos chamar de manual da picaretagem, malandragem e o mais que se queira. “O presidenta” Dilma Rousseff já garantiu o lugar de outros dois e, portanto, o PT conta hoje com a maioria absoluta na Suprema Corte que, por sinal, não é nem uma coisa nem outra. O que podemos esperar do julgamento do Mensalão com um tribunal deste calibre? Mais patacoadas. Mas a ingerência do Executivo sobre o Judiciário é tão antiga quanto a própria República. O marechal Floriano Peixoto, que usurpou o poder com a renúncia de Deodoro da Fonseca não convocando eleições para presidente da República conforme constava no Art. 42 da Constituição de 1891, chegou a nomear o médico Cândido Barata Ribeiro e os generais Innocêncio Galvão de Queiroz e Antônio Séve Navarro para o STF, atitude que nem os generais-presidente-de-plantão ousaram fazer, apenas aumentaram seu efetivo para dezesseis para garantir, mas logo retornaram ao número de onze, pois, afinal, a ditadura era deles e quem tem... por certo tem medo. Este mesmo presidente mandou prender cinco deputados contrariando, uma vez mais, a Constituição Federal. Rui Barbosa impetrara um pedido de habeas corpus em favor deles e Floriano Peixoto perguntado o que aconteceria se o pedido fosse concedido respondeu: “E quem dará habeas corpus ao Supremo?” O recurso não foi concedido pela maioria dos ministros e Rui Barbosa foi para o exílio na Inglaterra.


Os bons cumpanheiros


segunda patacoada do ex-presidente foi buscar o apoio de Paulo Maluf para este poste de madeira apodrecida e sem luz que atende pelo nome de Fernando Haddad, vulgo Nandinho QI Zero, impondo-o goela abaixo do PT, da mesma forma que fez com pseuda-guerilheira e doutoranda Dilma Rousseff, mas, afinal, ele é o dono do PT e de um colossal mau-caráter. Pelo andar da carruagem Lula irá precisar muito mais que o apoio de Maluf para eleger este trapalhão à prefeitura de São Paulo. Nem mesmo um despacho caprichado no cemitério à meia-noite, sexta-feira treze e com a lua cheia garantirá a eleição deste paspalho. Esta aliança entre o ex-presidente e o larápio do Maluf reforça a ideia de que entre os bandidos também existe solidariedade quando se trata de defender seus interesses. Mas, como todo o Universo e adjacências sabe, Lula é capaz de fazer qualquer tipo de aliança, acordo, conchavo, maracutaia, torpeza, canalhice, velhacaria, safadeza, patifaria e etc. com quem quer que seja, desde que sua insaciável fome e sede de poder seja atendida, comportamento típico de um irrecuperável megalomaníaco. Se cada povo tem o governo que merece os brasileiros que elegeram e aprovaram (e aprovam) os governos petistas desfrutam de um governo muito melhor daquele que de fato merecem. Não é a primeira vez que transformam um vilão real em mito, a História brasileira está repleta deles e de patacoadas.






CELSO BOTELHO

03.07.2012