domingo, 1 de fevereiro de 2009

"MANGUABEIRA", O PITAQUEIRO.


Nos subterrâneos da política acomodam-se todos os tipos: esdrúxulos, vis, bizarros, sórdidos, gatunos, trapaceiros, dissimulados e cafajestes entre outros péssimos qualitativos que poderia usar, alguns tive o desprazer de conhecer pouco mais de perto. A senadora Marina Silva (PT-AC), figura pela qual tenho muito apreço, foi despejada do Ministério do Meio-Ambiente por conta do PAS (Programa Amazônia Sustentável) ter sido entregue ao ministro “Manguabeira” Unger da Secretária Extraordinária de Assuntos Estratégicos do Brasil (SAE), continuo achando que é um nome muito pomposo para “Sepone” (tipo de repartição ocupada pelos “aspones”), criada à sua imagem e semelhança para atender o vice-presidente José Alencar, esta é a versão oficial que, por sinal, não me convence. Estou inclinado a achar que a função deste ministro é dar pitaco em tudo: Relações Exteriores, Meio-Ambiente, Reforma Agrária, Agricultura, Educação, Integração Nacional, Defesa, na marca de desinfetante a ser usada em seu amplo gabinete no oitavo andar do Comando do Exército ou – quem sabe? – na cor da gravada que o presidente deve usar. Não importa. Seu negócio é dar pitaco. Porém, este não é o grande estorvo. Não há lei alguma que impeça qualquer cidadão de dar seu palpite sobre qualquer coisa. O diabo é que tem a plena anuência do presidente Lula, O Ignorante. E, sendo assim, qualquer bobagem que possa engendrar terá o aplauso entusiasmado do Chefe.


O ministro deve ser muito grato ao presidente porque não são todos os dias que podemos chamar um presidente da República de ladrão e depois tornar-se seu ministro. Pode parecer prova inconteste de generosidade presidencial, no entanto, em política tal coisa é tão possível quanto um elefante voar. Acredito que o principal assunto estratégico do Brasil seja preparar os homens para gerir a coisa pública a curto prazo e promover-se uma ampla e insuspeita revolução educacional a longo prazo, pois, sem isso não lograremos êxito em coisa alguma. Mesmo porque somos produtos do meio e se ele estiver contaminado os resultados são amplamente conhecidos. Pode ser que muitos de seus pitacos estejam, de fato, recheados de boas intenções, no entanto, devo lembrar que delas o inferno está cheio sem, contudo, encontrar-se lotado.


O calcanhar de Aquiles neste tal de PAS está na regularização das terras públicas da Amazônia Legal (será que existe uma Amazônia ilegal?). A proposta do ministro de criar uma “agência executiva” para o programa não agradou ao ministério do Meio-Ambiente e da Reforma Agrária. Entretanto, agradará muito ao presidente empregar mais alguns “cumpanheiros” e congêneres. O titular da SAE pode ser muito letrado e versado nos mais diferentes assuntos coisa, aliás, que posso até não questionar, porém, sua atuação é sofrível, desagregadora e equivocada.


CELSO BOTELHO

01.02.2009