sábado, 21 de fevereiro de 2009

A REPÚBLICA BOLSA DO BRASIL


Houve tempo que se temia - basicamente nos quartéis - a instalação no país de uma República Sindicalista-Comunista-Socialista e outros “istas”, se havia alguma pretensão para implantar-se tal coisa foi devidamente abortada pelo golpe de 1964. Por aquela época cunhou-se também uma forma pejorativa de referirem-se as repúblicas latinas ou, pelo menos, sua maioria de Repúblicas de Bananas. Mas isso é outra conversa. Disso, daquilo ou daquilo outro nossa República já foi contemplada com as mais diversas alcunhas. Algumas com real merecimento, outras nem tanto, porém, todas elas enfatizaram um momento na História. Tentei conter-me, porém, não resisti à tentação de sugerir uma alteração na denominação do país.


Ao envés de República Federativa do Brasil passaria a ser República Bolsa do Brasil. A palavra “federativa”, de qualquer maneira, pouco significado tem. O presidente Lula, O Ignorante, não tem limites quando se trata de criar ou reforçar bolsas. O homem é alucinado pela ampla, geral e irrestrita utilização de tal mecanismo como solução definitiva para todas as agruras nacionais. Desta feita lança-se de corpo na Bolsa-Geladeira. Os motivos podem até ser nobres. Economizar energia com modelos mais modernos, fomentar a indústria, incrementar o crédito para as faixas de menor poder aquisitivo, melhorar as condições de vida, criar empregos, reciclar aparelhos antigos, etc. Mas, que mal pergunte: como tudo isso irá funcionar na prática? Da mesma maneira que funciona a Bolsa-Família? Sempre disse e tornarei a repetir tantas vezes quantas se fizerem necessárias: são programas meramente populistas, político-eleitoreiros e, eis o mais danoso, largos canais abertos para a corrupção, o desvio e o desperdício do dinheiro público. Com essas e outras “graças” até o mais idiota populariza-se acima dos 80% e acaricia o sonho de terceiro mandato. Caso os governos tivessem uma proposta administrativa com um mínimo de planejamento para a nação muitos dos nossos problemas sequer existiriam. Sempre primaram pelo paliativo, pelo jeitinho safado, até porque é deste modo que garantem suas permanências e sobrevida no poder porque, no final, o “povo é só um detalhe”, segundo a ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello.


Recentemente o presidente reforçou a verba para a Bolsa-Empresário destinando R$ 100 bilhões ao bondoso BNDES para rifar entre os mesmos. Exemplo contundente de que a crise no setor privado será debelada mais uma vez com o dinheiro do contribuinte. Mas bolsa para banqueiros e empresários não é exclusividade deste governo, é obrigatória, isto é, se quiserem manter-se no poder. Tem a Bolsa-Tortura, da qual o próprio presidente é beneficiário (sua aposentadoria é de anistiado político). A Bolsa-Cartão Corporativo, dinheiro fácil, rápido e emergencial (compra até tapioca). A Bolsa-Licitação, essa é antiga e seus tentáculos alcançam 360º a partir de Brasília. A Bolsa-PAC, tão boa quanto a anterior para os empresários e politiqueiros. A Bolsa-Impunidade, esta assegura uma vida risonha aos larápios, mesmo pegos com a boca na botija. A Bolsa-Oculta (aos olhos dos contribuintes), cuja característica principal é o sigilo para a garantia da sociedade e do Estado e ai nem quero imaginar o que se fez, faz e certamente farão. E uma infinidade de bolsinhas, cestinhas e porta níqueis, de acordo com as necessidades da clientela. Posso sugerir, pelos mesmos motivos que alegam para a Bolsa-Geladeira, a criação da Bolsa-Computador, Bolsa-LCD, Bolsa-Vestuário, Bolsa-Viagem, Bolsa-Automóvel, e por ai a fora. Todas movimentariam a economia inserindo considerável número de brasileiros no mercado consumidor e – vocês ai do PT – pensem no número de eleitores que iriam arrebanhar e quantas picaretagens e outras sacanagens poderiam executar. Então? Amadureçam a sugestão, afinal o setor de “bolsas” do governo oferece um ilimitado número de oportunidades para dilapidar-se o Erário e se encontra em franca ascensão.


CELSO BOTELHO

21.02.2009