sábado, 1 de agosto de 2009

QUAL É O TOM? NO MESMO TOM.


Bom, se o negócio é partir para a ofensa pessoal, vamos lá. Até então tenho me referido ao presidente Lula como ignorante no sentido explícito da palavra de desconhecer alguma coisa por conta de sua insistência durante o escândalo do Mensalão em afirmar diversas vezes que “não sabia” (como se algo com aquela dimensão pudesse ser ignorado dentro do Palácio do Planalto) e não com a conotonação de burro, brutalizado ou coisa que o valha. Devo informar ao presidente Lula, O Ignorante, que ninguém em parte alguma deste país está obrigado a dizer amém as suas ladainhas e muito menos as suas ações, notadamente aquelas que nos vilipendiam, nos massacram, roubam e matam. Isso mesmo, mata sim. Quantos brasileiros não morrem em decorrência do caos instalado na saúde, nas rodovias, nas cidades sem um mínimo de segurança? O presidente não suporta críticas e, sendo assim, penso que jamais deveria ter abraçado a vida pública, poderia ter permanecido atrás de um torno até a aposentadoria. É bom que se diga que até Jesus Cristo foi alvo delas por seus contemporâneos. Desta vez o pernambucano deslumbrado não se limitou a atacar a imprensa (da qual se serviu por décadas), foi mais abrangente qualificando todos os críticos da safadeza do Bolsa-Família de ignorantes e imbecis e, entre estes, me encontro. Portanto, sinto-me ofendido e no pleno direito de responder no mesmo tom, quer goste ou não e aí quem está “se lixando” sou eu.


As bobagens que o presidente fala além de não me surpreenderem, não provocam nenhum efeito nocivo sobre mim, mas as besteiras que faz na presidência da República têm um efeito devastador sobre todos nós. Segundo o Dicionário Aurélio a palavra imbecil significa: “retardo mental em que o nível intelectual do indivíduo não ultrapassa o de uma criança de sete anos”. É. Talvez sejamos mesmos uns imbecis ao elegermos e mantermos no posto máximo da nação uma pessoa que reúne todas as condições necessárias para tal, inclusive nenhuma. Talvez sejamos um bando de retardos ao aceitarmos, em menos de oito anos, mais de cem escândalos de corrupção, desvio de verbas, malversação do dinheiro público, entreguismo, dilapidação, conivência com o ilícito e outras velhacarias. Para demonstrar a eficácia da bolsa-vagabundagem apresentou – orgulhoso - uma pessoa que se formou através do Planseq (Programa de Qualificação dos Beneficiários do Bolsa-família). Realmente um sucesso tal programa: desde 2003 que esta porcaria de “transferência de renda” (segundo o entendimento do presidente) é feita e o presidente tem a cara de pau de apresentar um único formando. Ora, isso sim é atitude de imbecil. Para inglês ver. Porque nem na imprensa petista encontra-se notícia sobre tal programa. Como crítico do Bolsa-Família e outras baboseiras, como pobre, como cidadão, como ser humano, repudio todo e qualquer tipo de preconceito. Ao contrário de Sua Excelência que foi vítima (e é) contumaz de preconceitos e em diversas ocasiões já os manifestou explicitamente (“a crise foi criada por gente branca de olhos azuis”, para ficar só em um). Agora aproveitar-se da pobreza, da miséria, da dor e sofrimento de parcela considerável da população para fazer populismo, demagogia, maquinações político-eleitorais, se auto-promover num narcisismo escancarado, abrir canais para o escoamento fácil do dinheiro público é pura e simples canalhice. O presidente também estabeleceu uma divisão no país entre os que tiveram oportunidade e os que não tiveram reduzindo a secular concentração de renda (a qual fomenta) a uma proporção ínfima. Diabos, não me parece que será com este famigerado Bolsa-Família que as oportunidades aparecerão como um passe de mágica. Ué, quem tem a caneta? Quem atropelou a própria biografia (para se dizer o mínimo) para alçar a presidência da República propagando que possuía todas as soluções? Certamente que não foi este que ora escreve, portanto, já dizia os mais antigos: quem não tem... não faz trato com...


Segundo consta, o presidente foi às lágrimas dizendo que o país “dá uma lição ao mundo” ao levar à Presidência um presidente e um vice-presidente que não tem diploma universitário. Esta situação deixou de ser um empecilho na vida de Lula há muitos anos, ao contrário, foi transformado numa bandeira político-eleitoral, um apelo demagógico sem-vergonha. Poderia citar aqui vários chefes de Estado devidamente registrados na História na mesma situação e que foram exemplares no desempenho de suas funções. O senhor não é o único a não possuir diploma, mas pode perfeitamente candidatar-se ao grupo dos piores chefes de Estado a não possuí-lo. O fato dos dois maiores cargos do país estarem ocupados por pessoas sem formação acadêmica não é “convocação” para ninguém deixar de estudar, mesmo porque não acredito que tal coisa deverá repetir-se nos próximos quinhentos anos ou mais, afinal, toda regra tem uma exceção. Seríamos imbecis caso não percebêssemos que esses reajustes no Bolsa-Família são por conta do ano eleitoral que se avizinha e é fator essencial na manutenção de sua popularidade sendo combustível imprescindível para tentar decolar com a candidatura da Dona Dilma Roussef (ex-guerrilheira, ministra e pseudo-doutoranda-mestranda), no caso do golpe de terceiro mandato não vingar.


O presidente Lula, O Ignorante, desde que ocupa o cargo, vem dando demonstrações irrefutáveis de sua arrogância, prepotência, presunção, falta de preparo e educação, espírito rancoroso, vingativo e repressor como se encontra em qualquer ditador em qualquer parte do mundo. As duas décadas de ditadura no país não o tornaram avesso aos seus processos e sim simpatizante deles. O “enquadramento” do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal é um bom exemplo de autoritarismo. Não há um único argumento no qual possa o presidente refugiar-se em sua defesa para justificar a ofensa proferida contra seus críticos. Num regime de exceção, presidente, não há críticos, então porque não tenta rasgar a Constituição Federal para ver o bicho que vai dar? Não será a primeira vez que esta nação será humilhada. Porém, devo advertir, os tempos são outros.


CELSO BOTELHO

01.08.2009