sábado, 18 de agosto de 2012

MERCADANTE, O EDUCADOR ALOPRADO






Vamos resumir: Aloizio Mercadante, ministro da Educação, é tão capaz para o cargo quanto um jumento velho, cego e manco para montar. Esse cidadão não tem mesmo brios. Babou o ovo do ex-presidente Luiz Inácio Lula Satanás da Silva, O Ignorante Desbocado, desde época que o PT se arvorava como defensor intransigente da ética e moralidade e a única coisa que conseguiu foi ser desprezado e sacaneado pelo ex-presidente.





Em 2003 pensou que ia para o ministério da Fazenda, foi preterido. Palocci, o milagreiro das multiplicações (de patrimônio), foi o ungido. Em 2009 quis renunciar à liderança no Senado Federal “em caráter irrevogável” porque, num arroubo de rebeldia, discordou da postura da direção nacional do PT que orientou para o arquivamento das 11 denúncias e representações contra o presidente do Senado Federal José Sarney (PMDB-AP), O Politicossauro. Onde já se viu um senador do PT desejar ver a caveira de um cúmplice tão importante quanto o Sarney? Mas Lula o “convenceu” a voltar atrás. Na ocasião o senador Mercadante disse: “pela minha história com o Lula não posso dizer não ao meu companheiro presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.” e acrescentou: “Lula me disse muita coisa que mexe com meu coração e com minha vida.” Ah, o amor é lindo! Que par!





Foi incentivado a disputar o governo de São Paulo e quebrou a cara. No lançamento de sua candidatura disse “o que deu certo com Lula lá, vai dar certo comigo aqui”. A única coisa que deu certo com “Lula lá” foi o desvio sistemático dos recursos públicos descaradamente e, devido a extraordinária incompetência e conivência de meia dúzia de moleques que se dizem oposição, seu mandato não foi interrompido por um impeachment. Na época a então candidata Dilma Rousseff, ex-guerrilheira de meia pataca, pseudo-doutoranda e boneca de ventríloquo, disse: “hoje o Brasil é um país honrado, de cabeça erguida. O Brasil conquistou tudo isso quando acolheu o Lula como presidente.” Tão honrado que seu governo protagonizou o “mais atrevido esquema de desvio de dinheiro público” da República, de acordo com a denúncia da Ação Penal 470, vulgo Mensalão, do procurador-geral da República Roberto Gurgel. Mas isso é outra história. Lembramos que o coordenador da campanha de Mercadante para o governo de São Paulo Hamilton Lacerda, foi filmado entrando com uma mala no hotel onde seriam presos dois aloprados do que ficou conhecido como Escândalo do Dossiê em 2006. Mercadante foi tido e havido como mentor e arrecadador de dinheiro para se montar a farsa.






Como prêmio de consolação pela leal vassalagem o ex-presidente impôs seu nome (do Mercadante) a Dilma nomeando-o ministro (sic) da Ciência e Tecnologia. Em junho de 2011 após ataques cibernéticos sofridos pelo governo declarou que havia até a possibilidade de chamar os hackers responsáveis para trabalhar em projetos de transparência e sites. Na ocasião dizia o ministro: “quero chamar os hackers para eles ajudarem a construir os indicadores e a forma de transparência.” E mais “eles são jovens talentosos que mudam a tecnologia o tempo inteiro e que nós temos que dialogar.” Os “jovens talentosos” a que se refere praticaram crime e o único diálogo possível seria responsabilizá-los criminalmente e não afagá-los e lhes dar emprego e condições de praticarem mais crimes. Mas isso não impressiona, posto ser prática comum nomear-se notórios malfeitores para ocupar cargos públicos.






Os dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) alardeiam uma melhora no ensino que só existe para o ministério da Educação. Qualquer idiota sabe perfeitamente que os tais números são uma miragem. O dito cujo ministro ainda diz textualmente: “Muitas escolas públicas já atingiram até as metas para 2022.” Ai não é miragem, é pura alucinação, é muito sol na cabeça ou outras coisas. O sistema educacional brasileiro é vergonhoso e o paspalho do Mercadante diz que o problema é internacional. Ora, pouco importa se a educação vai mal em Belize, Palau ou Eritrea. De uma maneira geral os ministros de Estado no Brasil são notáveis pela incompetência, inércia, inoperância e omissão, isso sem contar ministérios completamente inúteis que são inventados para abrigar correligionários, apadrinhados, bajuladores, cúmplices e demais parasitas e bandidos de todas as ordens.





O ex-ministro Fernando Haddad, hoje candidato a prefeito de São Paulo com as benções de Paulo Salim Larápio Maluf, declarou - quando ministro da Educação - que o péssimo desempenho dos estudantes brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), “podia ser pior”. Por ai se vê o quanto estava qualificado para o cargo. Por falar neste lambão, o atual ministro da Educação declarou que se Fernando Haddad fizer na prefeitura de São Paulo (caso seja eleito) o que fez com o Enem a cidade que não pode parar andará para trás, exemplo irretocável do roto denegrindo o esfarrapado. Entre os 65 países pesquisados no estudo elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o Brasil obteve a 53ª ficando atrás da Bulgária, Romênia e os latino-americanos México, Chile e Uruguai. O ministro usou o mesmo argumento que o ex-presidente quando estourou o escândalo do mensalão: caixa 2 todo mundo faz. Então devemos nos dar por felizes por nossos jovens não serem tão burros quanto se pensava? Outro argumento idiota do “notável” ministro foi dizer que o currículo estava sobrecarregado quando qualquer um sabe que a pobreza no ensino no Brasil não está unicamente no currículo, mas no sistema em si. Para arrematar diz o “sábio” ministro que a “grande resposta” seria as escolas de tempo integral. Leonel Brizola (1922-2004) e Darci Ribeiro (1922-1997) ao idealizarem os CIEPs o conceberam como escolas de tempo integral que foram sendo desmontadas, abandonadas e sucateadas por seus sucessores. Portanto, o ministro Mercadante está com quase três décadas de atraso ao defender as escolas em tempo integral. Qualquer dia anunciará que reinventou a roda e redescobriu o fogo. Não será subtraindo mais recursos para educação e transferindo-os para o Bolsa-Família (ou Bolsa-Vagabundagem, dá no mesmo) como “o presidenta” Dilma Rousseff fez com o Orçamento Geral da União de 2012 que podemos vislumbrar qualquer mudança para melhor no sistema educacional brasileiro.





Não podemos negar que nos últimos cinquenta anos o Brasil tenha avançado significativamente em proporcionar maior acesso ao ensino. Contudo, isto não significa que tenhamos avançado qualitativamente. O ensino fundamental e médio ao longo dos anos têm se prestado ao papel de ratos de laboratório: submetidos a experiências descontínuas (algumas descabidas, outras esdrúxulas e umas poucas inteligentes que, por assim serem foram descartadas de imediato) e, portanto, incapazes de demonstrarem algum resultado. Basta verificarmos as provas de concursos ou do Enem e constata-se um número elevado de analfabetos funcionais. Tem estudante que numa prova objetiva que pede para marcar um “x” na resposta correta fica na dúvida se “x” é ou não com “ch”. Bem, já vi professor de História usar a palavra reacionário no lugar de revolucionário. Como também já assisti os “doutos” analfabetos funcionais do Supremo Tribunal Federal julgarem considerando as palavras abortistas e aborteiros como sinônimos. Sinônimo é mijo e urina, Suas Excelências.





O Ideb é medido a partir da combinação do resultado individual obtido pelos estudantes na Prova Brasil – que avalia o desempenho em língua portuguesa e matemática - com a taxa de aprovação das escolas. Este índice mostra a eficiência do fluxo escolar. 37% das cidades brasileiras nos anos finais do Ensino Fundamental ficaram abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Educação para 2011. O MEC esperava que as redes públicas, ao final da 8ª série, fossem capazes de atingir nota 3,7 o que, por si só, já é uma meta ridícula. Em oito estados – Amapá, Alagoas, Maranhão, Sergipe, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins - menos de 50% dos municípios atingiram essa nota medíocre. Em Roraima, um recorde macabro: nenhum dos 17 municípios foi capaz de chegar aos 3,7. Em Alagoas todos os municípios obtiveram notas abaixo de 3,4%. Na Região Sul do país, apenas 60% das cidades atingiu a meta. Do total de municípios do país, 73,5% tiveram notas até 4,4 isto quer dizer que mais da metade de nossos estudantes não sabem rigorosamente nada. Na ponta oposta, a da excelência, apenas 1,5% das cidades conseguiram notas superiores a 5,5 o que equivale dizer que nossos estudantes estão começando a querer aprender alguma coisa. Destas, 53 fica no Sudeste, 20 no Sul e, apenas uma no Nordeste (município de Vila Nova do Piauí. PI). É preciso dizer que as metas que o ministério proclama terem sido atingidas são diferentes para cada Estado da federação. Na Região Nordeste a nota média é de 3,5 e na Região Sudeste de 5,2. Isto quer dizer que os alunos dos Estados da Região Nordeste, na visão distorcida do MEC, são menos capazes e o por isso o governo exija pouco desempenho e o comentário que o ministro Mercadante não deixa dúvidas quanto a classificar os alunos da Região Nordeste como subcidadãos: “Eu não posso estabelecer a mesma meta para o Nordeste, que sempre teve desempenho pior, que é estabelecida para o resto do país." Apenas 674 dos 5.136 municípios do país avaliados conseguiram Ideb igual ou superior a 6, sendo que nenhum deles na região Norte. Onze estão localizados no Nordeste, 25 no Centro-Oeste, 179 no Sul e 459 no Sudeste. Mas, afinal, o que o ministério está comemorando? Ora, comemora a meta que está sempre a perseguir: quanto mais ignorantes nossos estudantes for melhor para a classe dominante.





CELSO BOTELHO

18.08.2012