terça-feira, 16 de junho de 2009

COVIL DA PATIFARIA


Covil da patifaria. Está definido o Senado Federal. O sujeito tem que ser muito estúpido ao imaginar que possa pinçar alguns membros desta “seleta” Casa como sendo as exceções, visto que a prática do ilícito é a regra, mesmo porque devemos considerar a omissão como delito, e grave. Todos estão levando dinheiro (muito e público) para casa com a maior desfaçatez. Jamais poderíamos supor que aquele lugar fosse um paraíso com muitos anjinhos fofos, mas também não desejamos, em momento algum, que não fosse um inferno repleto de capetas, o que poderia se dar seria um meio-termo ora pendendo para um lado ora para outro sendo sempre possível um equilíbrio, mínimo que fosse para o inferno não ganhar do paraíso. Porém, este meio-termo não existe e, nesta batalha, o inferno ganhou em primeiro turno e com louvor. As criaturas hediondas tomaram assento nos três poderes da República enganando, roubando e matando a três por quatro, quatro por cinco, cinco por seis e assim sucessivamente. Não vejo, no momento, uma analogia melhor para falar do Senado Federal. Aquilo é o inferno sem retoques!

O senador José Sarney (PMDB-AP), segundo tem-se noticiado amplamente, tem seu nome envolvido nas mais diversas modalidades de pura e simples patifaria. Esse cidadão foi um desastre para esta nação, quer na sempre golpista UDN (União Democrática Nacional), quer na vaquinha de presépio chamada ARENA (Aliança Renovadora Nacional), quer no velhaco PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), quer (e principalmente) na presidência da República ou agora no Senado Federal. Têm alguns idiotas que pedem sua renúncia. Besteira. Você pode substituir a velha manilha de barro por tubos de PVC, mas o que corre no esgoto será sempre a mesma coisa. Caso dissesse que ali todos são farinha do mesmo saco certamente estaria depreciando a boa e velha farinha, portanto, é mais apropriado dizer que são ratos do mesmo esgoto. É neto, é sobrinha, é filho, é filha, é amigo, conhecido, gato e papagaio sugando os cofres públicos. O senador Sarney me remete à figura do velho e atrevido coronel do sertão que decidia sobre a vida e morte nos joelhos, posto investir-se também da autoridade de delegado, promotor, advogado de defesa e juiz. Com métodos mais sofisticados, é claro.

No caso do Senado Federal precisamos discordar do dito popular que diz que o diabo não é tão feio como se pinta, é várias vezes mais aterrorizante. Tem jeito? Tem. Depende de nós. Enquanto acreditarmos que o simples fato de votar neste ou naquele trará solução para o que quer que seja neste sistema eleitoral pervertido continuaremos a delegar poderes aos mesmos bandidos de sempre, a menos que apreciemos sermos roubados descaradamente. A nação não está restrita a oitenta e um parlamentares que se julgam acima do bem e do mal, é bem maior que isso. A nação somos nós. Cidadãos e contribuintes (eis as palavras-chave) e não podemos permitir essa sangria sob pena de uma total desintegração moral e material. Precisamos fazer valer nosso poder exigindo mudanças que não sejam meros slogans publicitários e demagógicos. Não defendemos, de modo algum, a desordem, isso é ilegal e de resultados duvidosos. Devemos exercer a máxima pressão possível para que se comece a reverter esse estado deprimente ao qual chegou o Brasil. Porque, não se iludam, eles comem o churrasco e nós engordamos o boi. Dizer que o Senado Federal é lambão é reduzir-se um tsunami à garoa.

CELSO BOTELHO 16.06.2009