domingo, 15 de junho de 2014

EI, DILMA...




Como era de se esperar o público presente na Arena Corinthians-BNDES-Haddad vaiou a senhora Rousseff à sua chegada, durante a partida entre a seleção brasileira e a croata e ao final dela. Vaia justíssima, porém insuficiente para demonstrar o quanto ela, seu partido & associados são nefastos ao país. Caso considerasse o processo eleitoral brasileiro minimamente honesto a solução seria simplesmente não reelegê-la. Mas não é tão simples assim. A legislação eleitoral é obsoleta, casuística e perversa. As urnas eletrônicas são uma retumbante fraude. Os “eleitos” só representam seus próprios interesses ou aqueles que lhes dão retorno financeiro e/ou político. Não recomendaria nenhum dos candidatos à presidência da República nem para catarem coquinhos. Boicotar as eleições seria uma bela alternativa. Porém improvável que possa acontecer. Somente a ocupação de espaços pela sociedade poderá reverter esta lamentável situação na qual o Brasil se encontra. Não basta xingarmos as autoridades, mesmo que esta seja a única linguagem que entendam, posto que seja impossível estabelecer um dialogo no campo das ideias com a esquerda. O processo eleitoral brasileiro e os políticos não merecem qualquer confiança e respeito. As manifestações populares são legítimas, necessárias e retratam fielmente a falência do Estado brasileiro e a incompetência, descaso, omissão, conivência e prática sistemática da corrupção de sucessivos governos. No entanto, não preocupam nem assustam aqueles que detêm o poder. O governo petista montou todo um aparato militar repressivo para vigorar no período da Copa do Mundo que poderá se estender após seu término. A grande mídia, subvencionada e subserviente aos poderosos, ocultam a barbárie que as polícias estão praticando contra os cidadãos. O governo emprega meios idênticos aos utilizados durante o regime militar como viaturas sem identificação. O cidadão é preso e ninguém sabe quem o prendeu e para onde será levado. Dizer que a polícia tem se exacerbado em suas funções é minimizar a truculência, o arbítrio e a violação de direitos humanos universalmente consagrados.


O Estado brasileiro encontra-se tão debilitado que nenhuma reforma poderá dar conta de recuperá-lo. Deve ser repensado e refundado sobre bases sólidas. O diabo é que com esta corja de politiqueiros isso é impossível. Será necessário que se encontre outro meio de promover essa refundação. As eleições se prestam somente para manter o establishment. As manifestações da maneira como estão sendo conduzidas se revelam ineficazes e até estimulam o governo criar mais legislações restritivas que possam enquadrar qualquer cidadão por qualquer ato.  O Estado brasileiro, desde os seus primórdios, está inundado de vícios, distorções, corrupções. Ao longo do tempo criaram, recriaram e reciclaram instrumentos e mecanismos para manter a população sob controle. A onda de manifestações que varreram o país em junho do ano passado conseguiu somente que a PEC 37 fosse arquivada.  Manifestações que foram planejadas, articuladas, coordenadas e executadas pela própria esquerda para avaliarem o tamanho, a coesão e a possibilidade de sua militância respaldar uma ruptura institucional e estabelecer uma nova hierarquia. O processo escapou do controle e concluíram que, por esta via, não poderiam promover uma ruptura, pelo menos por enquanto. Então optaram utilizar a estratégia que já está em curso a mais de cinquenta anos: usar meios legais (ou aparentemente legais) para desmantelarem a ordem vigente. Por isso apressaram-se em propor uma assembleia constituinte exclusiva para realizar uma reforma política que os transformaria em Deuses do Olimpo com poderes de decidir quem viveria e quem morreria. Este sempre foi o objetivo da esquerda. A esquerda há muito abandonou a conquista do poder pelas armas integrando-se ao sistema vigente disputando eleições e ocupando cargos que permitissem corroer o Estado fragilizando-o, incapacitando-o e inutilizando-o para justificar o discurso de substituí-lo por um Estado forte, ou seja, autoritário, policialesco, violento. O sucesso desta estratégia é inegável e vem sendo praticada desde os anos 1960. Os militares, por ignorância, preguiça ou inocência colaboraram significativamente para a ascensão da esquerda ao poder tão logo deixaram o poder em 1985. Os generais concentraram-se em perseguir, prender, torturar e matar terroristas pés de chinelo enquanto a esquerda sorrateiramente foi ocupando espaços nas universidades, sindicatos, jornais, rádios, televisões, movimento editorial, etc. O regime militar não fez campanha alguma para esclarecer a população sobre o que era o comunismo, as vítimas que já havia produzido ao redor do mundo. Referiam-se aos comunistas como terroristas ou subversivos. Nem todos os terroristas são comunistas, mas todos os comunistas são terroristas, de uma forma ou de outra. Como militares deveriam ter seguido o conselho de Sun Tzu: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. Esta negligência redundou nos resultados catastróficos verificados ao longo das últimas décadas.


Na cerimônia de lançamento do poste Alexandre Padilha ao governo de São Paulo o ex-presidente Lula, O Ignorante, utilizando seus recursos de psicopata, declarou que existe uma campanha de ódio contra o PT orquestrada por seus adversários políticos.  Que adversários? Nem ele nem Dilma tiveram qualquer oposição durante seus desgovernos, suas “desadministrações”. Acerca das palavras “carinhosas” dirigidas a senhora Rousseff na abertura da Copa do Mundo (uma abertura muito mixuruca, chinfrim e digna de uma republiqueta de bananas) Lula atacou a elite da qual faz parte e pela qual seu governo e o de dona Dilma concederam, ampliaram e mantiveram seus privilégios dizendo que “aquelas pessoas não sabem o que é um calo na mão. E este desgraçado também não sabe. Desde meados da década de 1970 Lula não sabe o que é trabalhar. Primeiro como dirigente sindical e depois como presidente de partido político. Ademais “aquelas pessoas” presentes no Itaquerão com certeza não eram das classes D e E (abomino tais classificações). Por um momento até pensei estar assistindo um jogo na Suécia. O ex-presidente declarou que “O PT mudou o padrão de governança deste País”. De fato. Mudou de desastroso para catastrófico. Sem desmerecer os governos anteriores, os governos petistas são líderes absolutos em corrupção;  incompetência; omissão; descaso; permissividade; conivência com o ilícito; desvio, desperdício e malversação dos recursos públicos. Mas esse tal de Lula é um descarado de marca maior ao afirmar que “o ódio dos adversários se deve ao fato de que, pela primeira vez neste país, termos provado à elite que tem gente mais competente para governar.”  Gostaria de saber o que este vigarista entende por gente competente. Dilma Rousseff? Fernando Pimentel? Gilberto Carvalho? Celso Amorim? Marta Suplicy? Guido Mantega? Aloisio Mercadante? Nelson Jobim? Mario Negromonte? Edson Lobão? E etc. e etc. e etc. e bota etecetera nisso. O ex-presidente só pode estar de sacanagem ou, como se diz em São Paulo, “tá me tirando?”. Como poderá haver ódio em adversários inexistentes?


Xingar a senhora Rousseff serve para extravasar a indignação, o repúdio e revolta da população massacrada, espoliada e desrespeitada, mas não trará as soluções que tais sentimentos reclamam. É preciso dar um passo além. E este não está nas urnas, posto que todos os postulantes estejam perfeitamente integrados na estratégia esquerdista de dominação e implantação do sistema de partido único e onipresente.  O passo além está em desautorizar este governo que ai está.


E, para não perder a viagem, a senhora Rousseff voltou a defender seu monstrengo, o Decreto 8.243/14, evocando também uma inexistente oposição. Dona Dilma ou está com crise de amnésia ou é muito cara de pau ao dizer que os críticos desta estrovenga desejam “uma democracia sem povo”. Quem dona Dilma pensa que é para falar em democracia e em povo? Que moral tem para dizer tal coisa? Era uma terroristazinha de meia pataca furada no Colina (Comando de Libertação Nacional) e no VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), organizações de extrema esquerda que tinha por objetivo implantar o regime comunista no Brasil. Desde quando os comunistas governam para o povo e pelo povo?


CELSO BOTELHO

15.06.2014