domingo, 1 de junho de 2014

UNS DIZEM QUE FOI, MAS NÃO VIRAM. OUTROS VIRAM E DIZEM QUE NÃO FOI. PORÉM TODOS SÃO CULPADOS



Como todos já sabiam a CPI da Petrobrás, como tantas outras, foram criadas para não apurar coisa alguma. Não pode ser classificada somente de “chapa branca” é, antes disso, uma retumbante fraude como, aliás, são todas as CPIs e o próprio Congresso Nacional que só não foi desonrado mais uma vez devido ao singelo fato de que não possui honra alguma para ser atingida. As duas Casas estão infestadas de jirigotes e, para fazer justiça, o Executivo e o Judiciário também. Uma CPI comandada e relatada pelo PMDB e PT, respectivamente, com uma maioria governista não poderia mesmo apurar coisa alguma. A “oposição” fez beicinho e “decidiu” boicotar os trabalhos. Boicotar o que? Dos treze integrantes dez estão alinhados com o desgoverno petista e há muito venderam suas almas ao diabo a preço módico e em várias parcelas mensais, iguais e sucessivas. O governo ficou penhoradamente grato diante de tanta generosidade. Existe tanta oposição ao governo petista quanto existe oceanos no sol. O PSDB exibiu, mais uma vez, sua condição de apêndice do PT, a “direita” da esquerda, a “direita” que a esquerda ama, venera e alimenta. Em dois depoimentos dona Graça Foster, presidente da Petrobras, foi contraditória “no que se refere” (royalties para Dilma Rousseff) à operação lesa-pátria da refinaria de Pasadena. No primeiro, declarou que foi um mau negócio. Chamada às falas pela presidente do Clube da Luluzinha e, eventualmente, da República Dilma Rousseff, no segundo depoimento assegurou que o “negócio” pode ser recuperado. No próximo depoimento, no próximo dia 27, o que disser não fará diferença alguma.


José Sergio Gabrielli, ex-presidente da estatal, que havia declarado em abril, textualmente “dona Dilma tem que assumir suas responsabilidades”. Em seu depoimento se contradisse “não considero a presidenta responsável pela compra de Pasadena. A responsabilidade é da diretoria do Conselho de Administração”. Então, tal como Nestor Cerveró, admite que todos são responsáveis pela operação lesa-pátria e, portanto, criminosos confessos. Gabrielli afirmou que a refinaria de Pasadena era bem localizada e com preço atraente. O barraco do Zé Espinha no alto do morro do Vidigal também é bem localizado (vista panorâmica) e pode ser comprado por uma ninharia e nem por isso é um negócio atraente, posto ficar próximo ao crematório dos traficantes e está permanentemente exalando um cheiro de pneu e carne humana queimada. E isso lá é critério para realizar um “negócio” desta envergadura? Segundo ele “era uma refinaria barata”. Cacete, mais um motivo para que fosse realizado um estudo mais cuidadoso antes de efetivar-se a compra. Ou este vigarista nunca ouviu a canção que diz “laranja madura na beira da estrada está bichada Zé ou tem marimbondo no pé”? Gabrielli disse que era um “bom negócio” quando a refinaria foi adquirida (pelo menos para a Astra Oil foi, sem dúvida) a partir de 2008 passou a ser um “mau negócio” (certamente para a Astra Oil que correu para ver aplicada a clausula de put option) e, em 2014, depois das denúncias da roubalheira voltou a ser um “bom negócio”. O “distinto” ex-presidente da Petrobrás não informou para quem. Encerrando seu depoimento afirma categoricamente que a estatal tem sido vítima de campanha política da oposição. Com seiscentos diabos aonde este velhaco foi arranjar oposição ao desgoverno do PT? Em Marte? Tal conclusão é ridícula e nem um débil mental cogitaria dizer tal absurdo. O PT institucionaliza a corrupção, o desvio, o desperdício e a malversação dos recursos públicos e inventa uma oposição para persegui-lo. Vão tomar vergonha na cara, seus moleques.


Nestor Cerveró, que poderia explodir com o governo petista, acabou por esvaziar a já esvaziada e inútil CPI da Petrobrás. Presentes ao depoimento somente três integrantes da mesa. Declarou o pulha: "A presidenta Dilma não foi responsável porque as decisões são colegiadas e aprovadas por unanimidade. O responsável pela compra somos todos nós. Foi uma compra acertada. Foi um acerto coletivo, colegiado. E eu sou coparticipante dessa decisão". Então seria o caso de instalar-se um inquérito para apurar o grau de participação de cada membro da quadrilha, uma vez que o crime já está tipificado e confessado. Esqueceu-se de dizer que quando disse “foi uma compra acertada” não se referia as ótimas condições da compra da refinaria, sua qualidade, produtividade, rentabilidade, etc. e sim dos “acertos” efetivados entre o comprador e o vendedor, se é que me entendem. Cerveró também negou que houvesse preparado um resumo do contrato para enganar dona Dilma, então presidente do Conselho de Administração, defendendo-se candidamente "para fazer isso, eu teria de enganar todo o conselho". Ora, isso não era necessário, posto que todos os “acertos” já haviam sido propostos e aceitos. Para que o senhor Cerveró iria aborrecer dona Dilma e os conselheiros com detalhes tão insignificantes mencionando as cláusulas Marlim (assegurando à Astra Oil, sócia da Petrobras no negócio, uma rentabilidade mínima de 6,9% ao ano, mesmo em condições adversas do mercado) e Put Option (obrigava a Petrobras a comprar a participação da Astra Oil em caso de conflito entre os sócios)? O ex-diretor confessou: “eu conhecia o contrato e os detalhes do parecer jurídico”. E o desgraçado omitiu esses “pequenos” detalhes? Um dos conselheiros, Jorge Gerdau, apressou-se em dizer logo que a trapaça veio a público, que o Conselho foi contra o negócio. Caso isso seja verdade a responsabilidade recai sobre Dilma Rousseff. O cargo lhe conferia poder tão vasto para decidir sozinha sobre um negócio envolvendo tão elevadas cifras? Caso sim, a existência de um Conselho era inútil. Depois da nota da presidência da República, em março deste ano, com a confissão de dona Dilma Rousseff de que aprovara e avalizara o negócio mediante um parecer “técnica e juridicamente falho” não restou nenhuma dúvida de que cometera crime de lesa-pátria junto com os demais. Segundo a nota da Presidência da República, o resumo executivo preparado pela diretoria da Área Internacional na época "omitia" informações como a cláusula "put option", que levou a Petrobras a pagar valores muito maiores pela refinaria do que os 360 milhões de dólares desembolsados inicialmente por 50% da unidade. Os “valores muito maiores” montam US$ 1, 2 bilhões. Dona Dilma Rousseff  deve ser imediatamente removida do cargo que jamais deveria ter ocupado, processada e presa. Foi negligente, omissa e permissiva com a má utilização dos recursos públicos.  Motivos é que não faltam para aplicar-se a Lei 1.079/1950 (Lei do Impeachment) na senhora Rousseff.


Por mais água que ponham na lagoa para refrescar a senhora Rousseff não poderá convencer ao mais tolo dos cidadãos que a “chefa” do desgoverno está isenta de responsabilidade. Qualquer dirigente de empresa responsável, honesto e zeloso recusaria o negócio ao detectar falha técnica e jurídica. Porém, dona Dilma estava e está pouco se lixando para a Petrobrás, para o Brasil e para os brasileiros. Só pensa em reeleger-se para dar continuidade ao seu desgoverno, sua desadministração, ao favorecimento de correligionários, aliados, cúmplices e comparsas. Mas quem já viu um esquerdista, comunista, petista e sucedâneos responsável, honesto e zeloso? Zelosos sempre são, porém para com seus interesses. Interesses escusos e torpes, diga-se.


CELSO BOTELHO

23.05.2014