sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

DAI O CESARE!


Um crime sempre será um crime, tipificado ou não na legislação, não importando sua motivação e, portanto, sujeito a punição. Não tenho notícias sobre perseguições políticas na Itália e mesmo que houvesse Cesare Battisti fora condenado, a revelia, por quatro homicídios por mais que jure de pés juntos que não os cometera. De qualquer maneira é obrigação do acusado ou condenado negar autoria ou participação em qualquer delito. A questão é clara como água: extradite-se o meliante para cumprir a pena a que fora sentenciado e ponto final. Para usufruir de impunidade já bastam os canalhas que temos de sobra neste país. De mais a mais quem refresca rabo de pato é lagoa, mesmo que o carcamano não o seja. O ministro Tarso, O Genro, é uma figura sui generis e tem por hábito brerinbolar as idéias dentro de sua caixa craniana. Sua justificativa para beneficiar o criminoso não se sustenta.


Há quem defenda (e não são poucos) aqueles que praticaram os mais sórdidos atos durante o nefasto regime militar (1964/1985) que, certamente, fariam inveja ao próprio diabo tal a crueldade. Disse e repito: naquele período ambos os lados exacerbaram e, portanto, não há um único isento de culpa. Os inocentes foram “fabricados” pela Anistia de 1979. Chego a imaginar que o comportamento do governo parece uma “vendeta”. Não entregaram o Cacciola nós não entregamos o Battisti. Os governos que se sucederam após 1985 jamais quiseram de fato apurar as atrocidades praticadas ao longo de duas décadas por vários motivos, a saber: covardia, canalhice, conveniência, conivência, sobrevivência, incompetência e a lista não para aqui. Seria de bom alvitre o governo olhar para o nosso próprio umbigo e corrigir (ou pelo menos esforçar-se para isso) as brutais injustiças que foram e são sistematicamente praticadas com a sua complacência. No entanto, duvido e faço pouco que isso possa sequer começar a acontecer com a administração petista. Se o governo italiano está interessado em fazer com que a justiça prevaleça daí o Cesare e pronto.


O STF (Supremo Tribunal Federal) há muito vem cultivando o péssimo hábito de proteger bandidos, notadamente os de colarinho branco e políticos, respaldado por uma legislação benevolente, incoerente, inconsistente e rococó, mas se for favorável a permanência de Cesare Battisti no Brasil estará dando um salvo-conduto para um terrorista, um homicida. Penso que seria melhor esclarecer ao presidente Lula, O Ignorante, que o referido cidadão era membro do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) e não do seu PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).


CELSO BOTELHO

23.01.2009