terça-feira, 7 de junho de 2011

A SAÍDA DE PALOCCI, O MULTIPLICADOR






“O presidenta” Dilma DuCeff só faltou pedir desculpas ao Palocci por despachá-lo para Ribeirão Preto, lugar de onde jamais deveria ter saído, com todo respeito que a população da cidade merece.  A decisão se deu contra a vontade do Chefe, Padrinho e Articulador Político Extra-Oficial e, quiçá, uma hora ou outra presidente da República paralelo. Disse a “suprema mandatária” deste Brasil varonil agradecendo ao lambão: "os inestimáveis serviços que prestou ao governo e ao país". Ora, se este bacamarte prestou serviços inestimáveis ao governo e ao país eu mesmo, e milhares de compatriotas decentes, deveríamos receber a mais alta comenda da República pelo mesmo motivo ou – e seria muito mais proveitoso – um afrouxamento na extorsão tributária a qual estamos submetidos.  “A presidento” deveria vir a público nomear que diabos de serviços inestimáveis foram estes. Terá sido o caso de licitações fraudulentas quando prefeito da bela cidade de Ribeirão Preto? Ou será a arrecadação de propinas para abastecer o caixa dois do PT? Ou quem sabe pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo? Ou, mais recentemente, a grande proeza de haver multiplicado seu patrimônio por vinte em apenas quatro anos com uma bodega de consultoria? Serão estes os grandes serviços prestados? De fato são inestimáveis serviços prestados a ele próprio, ao PT & Quadrilheiros Associados, porém jamais ao país, uma vez que o que está em Brasília  jamais pode ser considerado governo na plena acepção da palavra. Brasília, desde que foi inaugurada, por ali passou presidentes pé-de-valsa; esquizofrênico; Maria-vai-com-as-outras; generais truculentos, arrogantes e insensatos; pseudo-escritores que continuam por ali politicando e enricando (no sentido mais sórdido que se possa imaginar); Indiana Jones tupiniquim; topetudo que criou o Real; sociólogo entreguista, sindicalista pelego, permissivo, conivente e complacente com as trapalhadas; e, por fim, criação eleitoral deste último, uma pseudo terrorista-guerrilheira. Então diante de um histórico desses não venham me dizer que ali esteve assentado algum governo. A assertiva presidencial é uma afronta a todos os cidadãos de bem deste país. É mais do que a demonstração pura e simples de inversão de valores, é reconhecer, aplaudir e enaltecer a velhacaria, patifaria, o ilícito. Palocci reúne todas as condições necessárias para não ser indicado a coisa alguma, em tempo algum e por toda extensão do Universo.

O procurador-geral da República Roberto Gurgel decidiu arquivar as representações da oposição para que a evolução patrimonial do ministro fosse investigada alegando que não há qualquer prova ou indício que configure crime e enriquecimento não é motivo para a abertura de inquérito. Não sou jurista e, portando, estou desobrigado de conhecer os meandros legais (há quem me sugira que deveria elaborar tratados econômicos, políticos, filosóficos, antropológicos, sociológicos, etc. os quais não estou habilitado para desenvolver antes de abordar qualquer assunto neste blog, coisa de chatos, porque isto não é necessário para se exercer a cidadania, se bem que ajuda conhecer alguma coisa). No entanto, como cidadão, posso (devo e quero) tecer meus comentários. Primeiro: o procurador-geral está correto em não deixar-se guiar pelo clamor popular, da imprensa, da “oposição” que pode estar coberto de razão, mas é sempre perigoso enveredar-se por este caminho. Segundo: sua recondução ao cargo depende de um decreto presidencial e, no meu entendimento e de muitos outros, deveria ter se declarado impedido de votar e não o fez. O procedimento aberto em primeira instância para apurar o enriquecimento ilícito do Palocci, O Multiplicador, não sofre qualquer prejuízo com a decisão do procurador-geral. Bem... depende, não é? Tem gente quem tem medo de juiz de primeira instância como, por exemplo, o quadrilheiro Daniel Dantas (ex-Opportunity), mas tem gente que não se amedronta nem com o próprio satanás a cobrar-lhes a alma.

Quanto à substituta do “falecido” ministro, pelo menos politicamente ou será que renascerá das cinzas como já o fez? Não podemos dizer nada, nem de bom nem de ruim, por enquanto. Li seu currículo. E daí? Sua experiência não é garantidora de um bom desempenho na esculachada Casa Civil. De qualquer maneira está o emprego de senadora garantido até 2018 se a chapa esquentar para o seu lado. O estranho nesta indicação é que desde a “formação” do ministério Dilma, quer dizer, Lula era o seu cônjuge que estava cotado para a pasta, mas levou como prêmio de consolação o ministério das Comunicações que não é pouca coisa, se bem que, como outros ministros, entenda tanto do assunto quanto eu consigo entender de aramaico, ou seja, rigorosamente nada.

Serviços inestimáveis ao governo e ao país... Ora, Dona Dilma que grande oportunidade desperdiçada de ficar calada.

CELSO BOTELHO
07.06.2011