quarta-feira, 15 de junho de 2011

ZERO MAIS ZERO REPETE O ZERO






No artigo anterior qualifiquei, grosso modo, todos os ocupantes do Palácio do Planalto desde que a Capital foi inaugurada em 1960 como sendo qualquer coisa, concluindo que ali jamais se assentaram governos.  E o balaio de gatos sob a responsabilidade “do presidenta” Dilma DuCheff, além de não fugir à regra em apenas seis meses de existência demonstra inequivocamente que não será diferente e até mais desastroso. Ao longo da História constatamos que as reservas morais no Brasil são tão vastas quanto à existência de água no estado líquido no Sol.  Nas últimas décadas a canalhice, velhacaria, patifaria e safadeza são elementos indissociáveis da prática política e, eis o mais lamentável, louvadas e impunes. Dona Dilma reúne todas as condições necessárias para exercer a presidência da República, inclusive nenhuma. O governo Lula foi um desastre, o da Dilma acena com o catastrófico. Mas, afinal, qual deles não foi? Bem, posso citar dois: Júlio Prestes (1882-1946) eleito, mas não pode assumir impedido pela “Revolução” de 1930 tornando-se detentor do título de único presidente eleito pelo voto popular no Brasil que não tomou posse. E Tancredo Neves (1910-1985), convenientemente internado na véspera de sua posse, vindo a falecer 39 dias depois deixando um mandato presidencial completo para o atual senador José Sarney (PMDB-AP), um dos maiores hectacombes que vivenciamos.


O governo Dilma não é nada mais nada menos que um balaio de gatos angorás famintos. Tirando o Palocci que já foi devidamente defenestrado, espero que para sempre e não será aqui mais mencionado por absoluta questão de higiene e respeito aos meus leitores. O restante do ministério, quadrilha ou corja, tanto faz, não é nada melhor. Desta feita optou a pseudo ex-terrorista-guerrilheira (ou quadrilheira?) pelo troca-troca. Sai da Secretaria Especial da Pesca que não serve para coisa alguma, exceto dar emprego a desocupado, drenar recursos públicos para projetos estapafúrdios e para alguns bolsos Ideli Salvatti (PT-SC) e entra Luiz Sérgio (PT-RJ) que era das Relações Institucionais. Ambos completamente despreparados para qualquer dos cargos o que nos leva a concluir que zero mais zero repete o zero. Ideli não consegue perceber a diferença entre uma baleia e uma simples sardinha. A única coisa que sempre dominou foi uma babação de ovo no ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado.  Durante os oito anos como senadora especializou-se em colecionar desafetos, inimigos e adversários cascudos além, é claro, de puxar o saco do barbudo. O Luiz Sérgio, que deveria ser a ponte entre o governo e o Congresso, não possui transito livre ou restrito nas duas Casas. É ignorado e desprezado sistematicamente pela maioria dos parlamentares, não serve nem para ser moleque de recados do Palácio do Planalto. “O presidenta” resolveu então trocá-los de lugar para ver que bicho que dá. Sem dúvida Luiz Sérgio saiu ganhando. Vai para uma secretaria que é inútil, sem peso político e sem-vergonha onde poderá desfrutar calmamente das benesses governamentais sem expor-se. Tão logo empossado o intrépido velho lobo do mar Luiz Sérgio quis um encontro com alguns peixes indo à caráter, isto é, de galochas e puçá, até o Lago Paranoá (o Brasil possui 8.000 km. de costa, uma das maiores do mundo, e o “Zé-mané” dirigi-se para uma porcaria de uma laginho) para observar os lambaris ficando surpreso diante do fato que os peixes não emergem para respirar. O infeliz desconhece o que qualquer criança sabe (reprovado em biologia, secretário) e ainda se saiu com as pérolas: “Duvido que a Ideli tenha vindo aqui para ver, in loco, como esses animais são bons de pulmão.” Depois, diante de um criatório de tainhas, resolveu chamá-las e como não fora atendido perguntou ao bajulador mais próximo se elas eram surdas. Ora, nem o mais simplório dos jumentos não procederia desta forma. Ora, ministro vá catar coquinho no deserto do Saara ao meio-dia em ponto.


Logo de cara Ideli Salvatti se vê às voltas com uma proposta indecente do Executivo que é a Lei Geral de Acesso à Informações que prevê a renovação por mais 25 anos para aqueles documentos que tratam da integridade do território, segurança nacional e relações internacionais. O Estado brasileiro está se transformando uma sociedade secreta e estas sempre optaram por meios questionáveis para obter os resultados desejados. A ministra não disse que estas renovações poderiam ser feitas várias vezes o que torna o sigilo eterno. Quando foi enviado à Câmara Federal os deputados aprovaram o texto que permitia apenas uma renovação por vinte e cinco anos o que assegurava um tempo máximo de 50 anos para que a sociedade viesse a conhecê-lo. O senador José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL) estão extremamente empenhados em garantir o sigilo eterno para encobrir suas lambanças quando presidentes. Tal qual o diabo, Sarney diz que não tem o que temer. Enquanto Collor como presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado nomeou-se relator do projeto e travou sua tramitação. A truculenta e intransigente ex-senadora terá que rebolar muito para se dar bem no cargo. Mas isso é fácil quando se lida com 594 (513 deputados e 81 senadores) mercenários convictos, salvo raríssimas exceções. Tanto é que a recém empossada ministra já sinalizou que vai acelerar a liberação das emendas parlamentares para as prefeituras e o preenchimento das vagas no segundo escalão. Mercadoria ela tem para negociar, resta saber se estas contentarão os mercenários. Dona Ideli também tem pela frente a MP 525/11 que libera a contratação de 20% dos professores das universidades públicas e instituições tecnológicas de ensino sem concurso público. A MP estabelece que a contratação desses professores temporários atenda não apenas aos casos antes previstos na Lei 8745/93, como vacância dos cargos efetivos por morte, aposentadoria, afastamento para tratamento médico ou capacitação. Tal “mimo” já aconteceu na década de 1970 onde proliferou a contratação de professores colaboradores e na década de 1990 com a ocupação das vagas docentes por substitutos admitidos temporariamente. Em suma: na realidade é mais uma forma “da presidento” contingenciar recursos (por isso o Orçamento Geral da União deveria ser impositivo e não autorizativo) autorizando a contratação de docentes de maneira precária, sem concurso público e à revelia do Regime Jurídico Único. Mas a prioridade, segundo ela, é o Código Florestal e a MP das Obras da Copa. O primeiro ela deseja que seja aprovado de acordo com o que o Palácio do Planalto quer e, sendo assim, os preços cobrados no balcão de negócios do Senado Federal terá uma ascensão espetacular. Quanto ao segundo o objetivo é “flexibilizar” as obras, quer seja, facilitar o escoamento de dinheiro público. Vamos aguardar para ver se a ministra Ideli vai se sair.

 Dona Dilma, como profetizou o ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado, chefiará um governo que vai se arrastar até 2014 com ou sem Palocci caso não busque outros nomes para assessorá-la. Coisa, aliás, que é praticamente impossível, posto que seja somente o presidente de direito e não de fato. Para desmentir esta assertiva precisará de uma postura muito mais substancial do que remanejar ministros incompetentes. E para não sairmos da matemática podemos dizer que o conjunto de ministérios é, simplesmente, um conjunto vazio.

CELSO BOTELHO
15.06.2011