sábado, 25 de julho de 2009

DURA LEX... ESQUEÇA!


Fica cada vez mais patente que a Justiça brasileira só se aplica aos três “pês”: prostituta, preto e pobre. O juiz da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo, Fausto de Sanctis, determinara o seqüestro de 27 fazendas do Grupo Opportunity e as 450 mil cabeças de gado (com o restante do corpo) e mais a liquidação em quarenta e oito horas do Opportunity Special Fund com sede nas ilhas Cayman antes mesmo que o prazo expirasse a desembargadora Ramza Tartuce do TRF (Tribunal Federal de Recurso) da 3ª Região acudiu revertendo a liquidação e mantendo o bloqueio. Ponto para o Daniel Dantas & Seus Quadrilheiros Amestrados. No último dia 23 o juiz substituto federal Marcio Millani, também da 6ª Vara, liberou a comercialização do gado seqüestrado nas fazendas da Agropecuária Santa Bárbara do mesmo grupo. Outro ponto para o sei-lá-o-quê Daniel Dantas. Do topo de sua sapiência o magistrado impôs duas condições para a liberação: 1) o gado tem que ser reposto e 2) a empresa tem que apresentar constantemente documentos sobre sua movimentação. Qualquer lunático, tolo e idiota sabe que não serão cumpridas e, eis o óbvio, comprovadas com documentos falsificados mesmo porque não irão se apoquentar em fiscalizar coisa alguma como, aliás, é praxe. De ditos e desditos a impunidade vai se chegando para estabelecer-se definitivamente. Daniel Dantas anunciou que sua defesa apresentará provas que incriminam agentes da Polícia Federal que participaram da Operação Satiagraha e teriam recebido pagamento (propina) da Brasil Telecom e, segundo afirma, possui documentos que esta mesma empresa “andou” pagando congressistas para que incluíssem seu nome no relatório da CPI dos Correios. Mesmo que tais “provas” existam e que agentes públicos ou congressistas sejam acusados e denunciados não apagará ou minimizará as safadezas praticadas pelo pseudo-banqueiro. E, afinal, encontrar provas de corrupção nestas duas categorias não é lá nenhuma missão impossível. A real intenção disto é mudar o foco, desqualificar a Operação e possibilitar maiores espaços para a defesa protelar o desfecho de toda essa engrenagem movimentada e lubrificada por incontáveis delitos.


O senhor Daniel Valente Dantas não é calouro nos meandros financeiros e do poder. Já em 1982, um rapazola, era conselheiro do então ministro das Comunicações Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) e seu partido (PFL, atual DEM) montando uma operação financeira que desafogou a Telebahia. Segundo consta, o ex-presidente Fernando Collor (atual senador pelo PTB e cupincha do presidente Lula, O Ignorante) aconselhou-se com este trapaceiro sobre seu Plano de Estabilização Econômica (Plano Collor) e o convidou para ministro da Fazenda. Em 1997 constituiu um fundo de investimentos (FUNDO NACIONAL) em parceria com o Citibank N.A. para participar das privatizações no Brasil captando US$ 1 bilhão em valores da época. Entre os fundos de pensão que entregaram recursos ao gracioso banqueiro está o BNDESPAR, CENTRUS, PREVI, VALIA, FUCEF, TELOS, SISTEL e outros. Segundo a revista Carta Capital (novembro/1998) houve interferência do Governo Federal a favor do Grupo Opportunity na privatização do Sistema Telebrás. Em 1999 o jornal “Folha de São Paulo’’ afirmava “FHC tomou partido de um dos grupos no leilão da Telebrás”, tendo inclusive autorizado usarem seu nome para pressionar o fundo de pensão PREVI (Banco do Brasil) para entrar no consórcio do Opportunity e da Telecom Itália visando a aquisição da Tele Norte Leste (Telemar) em detrimento do grupo liderado pela Construtora Andrade Gutierrez (empresa que adquiriu robustez à sombra do poder público), neste episódio destaca-se também a figura do presidente do BNDES à época André Lara Rezende (um dos “pais” do malfadado Plano Cruzado, um dos monumentais engodos sarneyziano). A partir do ano 2000 vieram a tona diversos abusos e irregularidades praticados pelo Opportunity, podem acreditar que a lista é imensa, com a participação, entre outros, de Verônica Dantas (“maninha” do dito cujo meliante) e Roberto “Mangaubeira” Unger, O Vira-Casaca, que deixou mês passado a Secretária de Assuntos Estratégicos (sic) retornando a Harvard de onde jamais deveria ter saído. No dia 15 de agosto de 2005 o jornal “Folha de São Paulo” publicava “com o apoio do PFL e do deputado José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil e atualmente um dos conspiradores para a eleição de D.Dilma Roussef), o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, tem atuado na CPI dos Correios e no Congresso Nacional para tentar recuperar a influência sobre os fundos de pensão de estatais, poder que teve no governo FHC (1995-2002)”. Seria necessário que elaborasse um livro bastante volumoso para esmiuçar toda a engrenagem montada por Daniel Dantas & Seus Quadrilheiros Amestrados para consumarem delitos de todo o tipo e em tantos lugares. Esta pequena pincelada foi incluída neste post para que os mais “esquecidos” possam relembrar que este pulha é useiro e viseiro na pratica do ilícito. A condescendência com a qual é distinguido nos enoja, afronta e humilha. Um elemento tão nocivo circulando livremente e atuando com toda desenvoltura como se fosse o mais cândido dos mortais.


São tantos os rabos presos ao de Daniel Dantas que as possibilidades de punições vão se tornando cada vez mais remotas. Rabos em todos os escalões e esferas públicas, no setor privado, femininos e masculinos, longos e curtos, peludos ou não, grossos e finos, enfim rabos para todos os gostos que estão tão entrelaçados que pegando um desses ratos o restante virá naturalmente na esteira, mesmo os mais robustos. A sociedade precisa estar atenta para estas “singelas” manobras jurídicas e exigir nenhuma comiseração para esses inveterados criminosos.



PS: Ao fazer referência no início deste artigo aos três “pês” (prostituta, preto e pobre) é bom esclarecer que a citação não comporta e jamais comportaria nenhum traço preconceituoso. Ao contrário, faz registro sobre a intolerância, descriminação, perseguição e desprezo do Estado brasileiro para uma atividade, uma raça e uma condição econômica como se não fizessem parte da Humanidade.


CELSO BOTELHO

25.07.2009