sábado, 22 de novembro de 2008

ONDE HÁ FUMAÇA, HÁ FOGO.


Fico preocupado agora com a sorte do delegado Eduardo Pellegrini que citou o ex-inimigo (dizia cobras e lagartos) e atual baba-ovo do presidente Lula, O Ignorante, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos “Manguabeira” Unger como menino de recados entre o sei-lá-o-quê Daniel Dantas e a imprensa. A imprensa qualquer dia será responsabilizada pelo desaparecimento dos dinossauros, o aquecimento global e a crise econômica que o planeta está mergulhado. O ministro andava sumido da mídia assoberbado de nada ter o que fazer (isso é que é emprego!) quando procurado admitiu ter sido “consultor” de empresas de telecomunicações do suposto banqueiro e reconhecido pilantra o que quer dizer, na prática, lobista, intermediário, negociador ou outro nome que se queira dar.


Da mesma forma temo pelo futuro do delegado Ricardo Saadi que substituiu o delegado Protógenes Queiroz no Caso Satiagraha. Ao relatar indícios da prática de crimes financeiros e formação de quadrilha pelo dito (e maldito) banqueiro, certamente caiu em desgraça perante um governo assustado com os desdobramentos do imbróglio. O nada estrambótico esforço dos governistas em declará-lo imaculado como uma virgem e promoverem uma confusão desgraçada que servirá para fazer valer a impunidade acabará por prevalecer, de uma maneira ou de outra. O delegado corre o risco de ser transferido lá para onde o Judas perdeu a bota e jamais ousou em voltar para procurá-la ou irá passar de caçador à caça num piscar de olhos.


As velhacarias do dito (e maldito) banqueiro não se constituem em novidade alguma para ninguém. O que me chamou atenção foi o fato do ministro “Manguabeira” Unger dizer que em nosso país todos dizem o que querem e não acontece nada. O que será que esta personalidade prepotente, arrogante e autoritária quis dizer? Simples. A mesma coisa que seu Chefe: ao diabo com a liberdade de expressão. Quer que aconteça o quê? As mesmas coisas que aconteceram na ditadura militar? Amordaçar a imprensa? Ora, qualquer atitude de qualquer pessoa que possa nos remeter aquelas práticas criminosas receberá de mim o repúdio e uma intransigência total. Por mais esculhambada que seja a nossa democracia ainda será melhor que qualquer ditadura. Caso o nobre membro do governo nutra alguma simpatia pelos regimes de exceção posso sugerir que vá procurar um país onde ele é praticado abertamente assim não sofrerá tais constrangimentos e poderá até fazer acontecer alguns dissabores aos que se assanharem em tentar exercer alguma liberdade de expressão. Os tempos do quem cala consente e quem fala como sente terminaram há mais de duas décadas. Não me parece muito inteligente de um delegado citar um ministro de Estado durante uma reunião sem qualquer respaldo. Neste caso posso recomendar que deveria ter ficado de boca fechada para não entrar mosquito. Poderá o ministro acioná-lo se quiser e se for o caso. De qualquer forma valho-me de um ensinamento genial do meu velho pai: onde há fumaça, há fogo!


CELSO BOTELHO

22.11.2008