sábado, 13 de setembro de 2008

COISAS DA ANABOL


Estou, deveras, muito indeciso em outorgar certificado de baba ovo incondicional do presidente Lula, O Ignorante, entre os senadores Aluisio Mercadante (PT-SP) e Ideli Salvati (PT-SC), integrantes vitalícios da ANABOL (Associação Nacional dos Baba Ovos do Lula), entidade com fins lucrativos sejam políticos ou monetários. É indigesto saber qual destes dois é mais puxa-saco. Vivem no mundo virtual onde tudo é possível, inclusive uma excelente administração federal sob a responsabilidade petista. A insistência de ambos em venerar o presidente é colossal sem que seja algo surpreendente. Os avanços obtidos durante o lulismo onde o custo/benefício sequer se igualam tal é a magnitude do primeiro deve-se muito mais a favorável conjuntura internacional que se verificou nos últimos anos do que uma atuação governamental pautada pela coerência, lisura e espírito público. O senador não é mal informado, no entanto, distorce as informações e os números conciliando-os convenientemente aos interesses do Palácio do Planalto. O tal “espetáculo do crescimento” apregoado pelo parlamentar só conseguiu ser maior do que o do Haiti. Somente com esse dado fico dispenso de qualquer outro comentário.

O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apesar de aparelhado, torna público um estudo sobre o custo para mantermos nossas reservas internacionais de pouco mais de US$ 205 bilhões que monta a bagatela de US$ 44 bilhões em apenas um semestre, segundo o Banco Central, O Carimbador Maluco. O instituto conclui sugerindo que se altere a política de compra de reservas e se venda parte da liquidez internacional já acumulada. O nível de reservas já superou o patamar ideal e, portanto, os custos não mais justificam os benefícios por elas auferidos. A grosso modo posso dizer que este volume de reservas assemelha-se aquele camarada que tem uma goteira no telhado e dinheiro para consertá-lo, porém, não quer gastá-lo de jeito nenhum. Essas reservas são vitais para qualquer nação, porém, no nosso caso, se prestam principalmente a uma propaganda ufanista do governo. Não vejo sentido algum manter-se tal numerário enquanto a população amarga com várias ausências e deficiências no setor público de prestação de serviços da competência do Estado. Mas o custo para manutenir a máquina estatal cresce assustadoramente.

Senador, “espetáculo do crescimento” no meu humilde entendimento se traduz em boa educação, saúde, segurança pública, habitação, saneamento, empregos e salários dignos, política tributária justa e honestidade no trato dos recursos públicos, entre tantas outras coisas. Estas ovacionadas reservas não estão respondendo diretamente aos meus irmãos brasileiros menos afortunados, sejam os do campo ou os da cidade. A atual administração federal é mais marqueteira do que qualquer outra coisa. Procuro consolo na velha sabedoria popular quando diz que podemos enganar alguns durante algum tempo sem jamais conseguirmos enganar todos o tempo todo.

CELSO BOTELHO

13.09.2008