quinta-feira, 25 de setembro de 2008

TERCEIRO MANDATO: A RÊS DOENTE, A RÊS PÚBLICA.



O tempo escoa e os golpistas do terceiro mandato para o presidente Lula, O Ignorante, se movimentam com a velocidade da luz. Mesmo considerando-se o semideus tupiniquim o presidente esbarra num obstáculo que não é intransponível, mas que irá dar trabalho: a Constituição Federal onde, por sinal, também consta a sua assinatura como deputado federal Constituinte. Por mais que afirme que seu desejo é entregar o poder no dia primeiro de janeiro de 2011 não consigo dar a isso um mínimo de crédito. Mesmo porque não há necessidade (e não pega bem) expor-se quando tem à disposição um séqüito de puxa-sacos, oportunistas, parasitas e, enfim, aloprados de todas as matizes. Um considerável contingente de notórios mercenários na política brasileira. O que me parece é que todos os caminhos não levam mais a Roma e sim à Praça dos Três Poderes. Muito interessante o fato de que a grande imprensa e as entidades civis representativas da sociedade permanecem silenciosas diante da descarada articulação para, uma vez mais, rasgar-se a Carta Magna, desta vez para atender ao golpe do terceiro mandato. Omissão e manipulação, entre outras coisas, nos levaram amargar vinte e um anos de um regime reacionário. Não me oponho à idéia de que o presidente Lula, O Ignorante, venha a disputar um terceiro e quarto mandato. Desde que em 2014 e 2018, é o que diz a regra. Fora isso qualquer manobra é inaceitável, antidemocrática.


Essa conversa casuística de reeleição e prorrogação de mandatos não é moderninha. Para JK defendiam a reeleição que não decolou. Para João Figueiredo a prorrogação do mandato por mais dois anos que também não emplacou. José Sarney assumiu com seis anos, havia o compromisso de Tancredo Neves de reduzir para quatro e acabou brigando pelos cinco. FHC assumiu para cumprir quatro anos e articulou a implantação da reeleição pela primeira vez na República que culminou com a cassação de deputados acusados de vender seus votos favoráveis ao sociólogo. Lula foi eleito para um mandato de quatro anos com a possibilidade de uma reeleição (instituto, por sinal, que lhe causava ojeriza) e encasquetou com o raio do terceiro mandato o que, sem dúvida, não fará bem a ele ou ao país.


Quem reacende a fogueira é o ministro da Justiça Tarso, O Genro. Defende a unificação das eleições nacionais e municipais, mas para quando? Certamente já. E, sendo assim, não existe outro meio se não o de prorrogar mandatos. A posição (pública) do titular da Justiça é daquele cabloco que não é contra nem a favor, muito antes pelo contrário. Mas o ministro não autorizou ninguém em seu ministério de sondar (leia-se evangelizar) parlamentares. Ora, para este tipo de coisa não esperava que desse uma autorização por escrito. E, como seu Chefe, nega o patrocínio oficial para a velhacaria. Candidamente o ministro sugere mandatos de cinco anos, de presidente a prefeito, sem direito a reeleição. O que, aliás, deixa apto a nova e consecutiva disputa pela presidência da República do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva como se lá nunca houvesse estado. Imediatamente o deputado federal Devanir Ribeiro (PT-SP), integrante ativo da ANABOL (Associação Nacional dos Babas Ovo do Lula), mostrou o ar de suas garras declarando que proporá emenda constitucional prorrogando os atuais mandatos o que, aliás, não é nenhuma novidade. Novidade seria o nobre parlamentar propor a revogação do sistema republicano e a imediata adoção do sistema imperial dinástico coroando o presidente Lula com imperador vitalício. E (Deus nos livre!) se ousasse proposta tão absurda ficaria preocupado, pois, no Congresso Nacional passa boi, passa boiada não seria surpresa uma rês doente obter o selo de aprovada para consumo por que, afinal, a rês é pública.



CELSO BOTELHO

25.09.2008