sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CELSO AMORIM, PORQUE NÃO TE CALAS?



A máxima de Joseph Gobbels, chefe da propaganda nazista: ”uma mentira repetida muitas vezes se torna verdade.” Celso Amorim, O Chanceler Impensante, logo no início da Rodada de Doha a citou para criticar a resistência dos países desenvolvidos em fazer concessões comerciais aos países pobres. Com tantas frases feitas a tralha do ministro tinha que se valer logo de uma da lavra deste facínora e na presença de Susan Schwab, negociadora americana e descendente de sobreviventes do extermínio promovido pelos nazistas. Não é pouca mancada. Conheço alguns imbecis que, certamente, não dariam. Pediu desculpas publicamente, mas o estrago já havia sido feito. Por que palavra dita e porrada dada nem Deus tira. Depois se envolveu numa briga de lavadeiras (com todo respeito à classe) com o ministro da Agricultura Reynolds Stephanes que afirmava que a Rodada de Doha (e Doha a quem doher!) não daria em nada e o tempo, senhor da razão como dizia o Presidente Collor, validou a afirmação de cabo a rabo. Celso Amorim, na ocasião, inqueriu ao colega se imaginava estar se divertindo. Se houve algum divertimento não sei, mas convenhamos, foi um passeio inesquecível. No entanto, as incursões do diplomata no campo das sutilezas (se é que me entendem) foram além ao suplicar: “Deus queira que não seja preciso outro 11 de setembro.” Ministro, essa foi de arrepiar. Para começar, segundo consta, S. Excia. é ateu, se convicto ou não falta-me a informação. Aventar a necessidade de uma tragédia daquela proporção como fundamento de qualquer coisa não é só uma asneira e sim, principalmente, um desarranjo intelectual. Fiquei imaginando se Edgar Hoover estivesse vivo o colocaria no topo da lista do FBI dos inimigos da América e não lhe daria um minuto de sossego para deixar de ser besta. O ministro não foi infeliz. Foi desastrado. Não optou por fazer uso da prerrogativa humana que é pensar no que vai falar e, notadamente, alguém que ocupe tal posto deve exercê-la vinte e quatro horas por dia durante os sete dias da semana.


CELSO BOTELHO

31.07.2008