quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A MULTIPLICAÇÃO DOS PELEGOS


Depois de um pequeno período de ostracismo devido a pendenga de ocupar o ministério e a presidência de um partido político (PDT), o ministro do trabalho Carlos Lupi retorna vigorosamente as manchetes. Como não poderia deixar de ser, como todo auxiliar que se preza do presidente Lula, O Ignorante, envolvido em alguma trapalhada, artimanha, falcatrua ou fraude. Desta vez seu retorno à mídia ficou por conta da portaria 186, assinada em abril passado, que confere ao seu secretário/cupincha número um Luiz Antonio Medeiros, nosso conhecido de outros natais e carnavais, poderes para atuar como árbitro em demandas por conta da criação de mais de uma entidade sindical por categoria. Eis uma prerrogativa para lá de conveniente numa república sindicalista ou pelega como a que estão impondo ao Brasil. A preciosidade ministerial está sendo contestada na justiça sob a alegação que o ministro extrapolou em suas atribuições fato, aliás, corriqueiro nos membros do governo petista. Porém, o cerne da questão está, definitivamente, na multiplicação da pelegada preferencialmente as convertidas ao petismo ou lulismo (o que dá no mesmo) e a apropriação do esdrúxulo e vultoso Imposto Sindical tomado dos trabalhadores para o gáudio dos pseudo dirigentes sindicais.

O que tem de sindicato de fachada por ai é uma festa patrocinada com o dinheiro do trabalhador e, ai vem a melhor parte, dispensados de prestarem contas a quem quer que seja por obra e graça do ex-sindicalista que por ora está presidente da República. As centrais sindicais não são entusiastas das causas trabalhistas e sim instrumentos eficazes para o crescimento patrimonial de seus integrantes.

Creio que para começarmos a discutir qualquer reestruturação da representatividade dos trabalhadores teremos que abolir, de imediato, esta maldição chamada Imposto Sindical, pois só com isto seriam extintas as entidades de fachada ou que funcionam como uma inesgotável fonte de recursos para malandros de toda ordem, cores e feitios. Elaborarmos uma legislação moderna com mecanismos eficientes que pudesse barrar os penduricalhos que este ou aquele governo inventa de acordo com os seus interesses, sejam eles quais forem. As intenções deste governo em relação a representatividade dos trabalhadores são transparentes: aparelhar as entidades para amordaçá-las promovendo uma distribuição de benesses de toda a sorte para seus apaniguados e outras tralhas.

CELSO BOTELHO

21.08.2008