quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ENTRE INDIOS E ARROZEIROS


Esta pendenga na Serra Raposa do Sol me faz pensar naquele coronel que convidou um compadre para ver extensão de suas terras e quando chegaram ao alto de uma colina disse orgulhoso: “até onde as vistas alcançam é terra minha. E safado nenhum bota a mão nelas. Nem eu!” Entre índios e arrozeiros não há anjos. No entanto, cabe fazer algumas considerações. Uns dizem que uma reserva localizada na tríplice fronteira será mais fácil de controlar e eu digo que a União não controla coisa alguma nas fronteiras, estejam ou não ocupadas por índios ou particulares. Já foi o tempo de índio querer apito. Eles permitirão a invasão em troca do vil metal sim e convencidos pelas ONGs de fachada que atuam na região. Em pouco tempo a reserva estará exaurida. É um descalabro confiar-se tantos hectares a tão poucos, mas se é para cumprir os dispositivos constitucionais de que devemos entregar aos índios as terras tradicionalmente por eles ocupadas sugiro doarmos de uma vez os oito milhões e meio de quilômetros quadrados que formam o país e assumam todas as responsabilidades que virão juntas. A política indigenista vem distorcida há muito tempo e não será com esta demarcação que as coisas irão para os eixos. Pelo contrário, existe de parte a parte, a disposição de confronto direto seja qual for o resultado no Supremo Tribunal Federal. O governo está fomentando, em diversas frentes, um embate social que levará a nação à ruína.

Os arrozeiros, instalados na região há décadas, somente agora merecem a atenção do governo. Atenção para desalojá-los. Quando a porta é arrombada providencia-se uma tranca. Os interesses econômicos que envolvem o litígio são diversos e, como sempre, visam atender um minúsculo grupo de pessoas e entidades.

Se alguém puder que informe a advogada fantasiada de índia posso citar algumas reservas indígenas que não se prestam à caça, pesca ou culto das tribos, mas sim a exploração comercial ilegal. Porque não me parece que silvícola que fala em celular, navegue na internet, dirija automóveis, tenha vestimentas de grife e etc. venha a ser não civilizado. Entre índios e arrozeiros deve-se buscar uma proposta mais consistente que possa arrefecer os ânimos viabilizando uma solução que promova a convivência pacífica.


CELSO BOTELHO

28.08.2008