quinta-feira, 28 de agosto de 2008

NA CALADA DA NOITE...


Não vejo a necessidade dos nobres parlamentares de aprovarem qualquer coisa na calada da noite já que as malandragens podem ser feitas durante o dia sem que venha a constrangê-los de alguma forma. Agora suas excelências criaram 1.692 cargos novinhos em folha sendo que destes 1.421 serão preenchidos sem a aporrinhação de concurso para diversos tribunais. Com isso outra leva de afilhados políticos estará pendurada no imenso cabide de empregos que é o governo petista e a Justiça estará tão emperrada como antes. Pegando carona está o presidente do STF Gilmar Mendes, O Libertador, a defender um reajustezinho para os magistrados que vivem na penúria com um salário irrisório de R$ 24,5. Alega o jurisconsulto que a inflação corrói de tal maneira que a diferença entre um juiz de primeira instância e de um magistrado do STF é quase nula. Bem, talvez, tenha razão levando-se em conta que este último tem o poder de soltar, por duas vezes, marginais da envergadura de um Daniel Dantas. Foi categórico ao afirmar que tal remuneração estava longe de ser excessiva dada as responsabilidades exigidas e acrescento como por exemplo o uso ou não de algemas que, para ele, é matéria relevante e de interesse nacional, portanto, imprescindível a vida jurídica da nação. O douto magistrado fala também em isonomia entre magistrados e parlamentares dando cabo das gratificações que estes últimos recebem e que, por certo, não ficaram nada satisfeitos com tal proposta, pelo menos alguns. Por fim fala em transparência e dignidade salarial. Das duas uma: ou o ministro vive no mundo da lua ou só sabe percorrer o caminho que separa sua residência do STF. Interessante. Agora estão propondo um reajuste para o salário mínimo de algo em torno de R$ 464,00 que, certamente, dirá o governo, terá impacto nas contas públicas pondo a Previdência Social em risco. A cantinela de sempre. Será que a mesma inflação que atingiu o salário do ministro não o fez no bolso dos trabalhadores, aposentados e pensionistas? Será que o caviar tem prioridade sobre o feijão com arroz? O argumento, esdrúxulo, do governo petista em reduzir a diferença entre o mínimo e o máximo nos benefícios pagos pelo INSS não pode ser aplicado no numeroso exército de asseclas que possuí? Tenho que admitir as diferenças salariais é natural, no entanto, aceitar a discrepância absurda imposta ao contribuinte jamais, em tempo algum ou sob quaisquer circunstâncias. De um governo perdulário como este que ai está não posso esperar outra coisa a não ser mais compressão sobre a classe trabalhadora, aposentados e pensionistas e o aumento de benesses aos integrantes, militantes, simpatizantes e amigos do poder. O presidente Lula, O Ignorante, vem a confirmar a verdade de que o discurso e a prática são coisas completamente diferentes.

CELSO BOTELHO 28.08.2008